quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Plano de Previdência Privada: tudo o que você precisa saber

Plano de Previdência Privada: tudo o que você precisa saber
by Marcelo Angulo

Publico hoje excelente texto do colega CFP Liao Yu Chie. Trata-se de um texto sobre planos de previdência privada. O texto ensina você a escolher o melhor plano de previdência privada: características, pgbl, vgbl e tributação são temas abordados. Aproveitem:
Previdência Privada, muito mais do que só Aposentadoria
Planos de previdência privada estão cada vez mais difundidos no mercado. Dados da Fenaprevi mostram que os recursos acumulados somaram R$130 milhões em maio de 2008, um crescimento de 24% em relação a maio de 2007. Por mais difícil que seja pronunciá-los, as famosas siglas trava-línguas PGBL e VGBL já fazem parte do dia-a-dia de uma boa parcela dos brasileiros.
Segundo o dicionário Houaiss, “previdente” é aquele indivíduo que se previne, que toma medidas antecipadas para evitar transtornos. Mas que transtorno futuro é esse? A provável incapacidade do benefício oficial (aposentadoria do INSS) atender a todos de forma contínua, crescente e igualitária sem mudanças profundas nas regras. Não serão detalhados neste artigo os fenômenos que afetam negativamente a previdência oficial, tais como o aumento da expectativa de vida, a diminuição da taxa de fecundidade e o crescimento do mercado de trabalho informal, mas todos precisam acompanhar com atenção e ser previdentes.
À primeira vista, previdência privada somente atende àqueles que dependerão de uma aposentadoria complementar ao benefício do INSS. Entretanto, basta um olhar mais profundo sobre as características do produto para se constatar que são excelentes para compor uma carteira de investimento e atendem a todos os públicos, do cidadão que recebe um salário mínimo ao seleto público classificado como “private”.
E que características são essas?
A legislação vigente, desenhada e aprovada baseando-se na regulamentação do mercado de fundos de investimento tradicionais, além de transparência das informações e flexibilidade das aplicações, ainda confere vantagens tributárias aos investidores de PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre).
Mas antes de detalhar todas as vantagens citadas, convém explicar os dois produtos, que ainda geram dúvidas. De maneira bastante simplificada, PGBL e VGBL são alternativas previdenciárias de investimento administradas por companhias seguradoras. Estes se assemelham aos fundos de investimentos tradicionais ao não garantir retorno mínimo, investir os recursos em fundos especialmente constituídos com regras específicas, não exigir aplicações periódicas, divulgar as cotas em jornais de grande circulação, entre outros.
O PGBL é ideal para quem:[1] possui renda tributável (assalariado),[2] é contribuinte da previdência oficial e, além disso,[3] declara o imposto de renda no modelo completo.
Quem atende todos os pontos anteriores e investe num PGBL tem restituído o imposto de renda retido na fonte pelo empregador sobre o valor da aplicação. Como a tributação do PGBL ocorre no resgate sobre o valor cheio, ou seja, principal investido mais rendimento, o imposto é apenas postergado e não isento.
Já o VGBL é para quem:[1] declara IR no modelo simplificado,[2] já contribui com o teto recomendado de 12% da renda num PGBL,[3] não possui rendimento tributável na declaração de ajuste anual ou[4] é isento.
Como a maioria dos brasileiros se encaixa em uma destas quatro situações, dados da Fenaprevi de maio de 2008 mostram que o VGBL é responsável por 49% do total de recursos depositados em previdência complementar aberta no país. O PGBL responde por apenas 28%, sendo os 23% restantes investidos em planos tradicionais e pouco oferecidos pelo mercado. Da mesma forma que um fundo de investimento ou CDB, a tributação do IR ocorre na fonte, no resgate e somente sobre o rendimento obtido.
Falando um pouco sobre tributação, esta deve ser escolhida pelo investidor entre dois regimes: o Progressivo e o Regressivo.
O regime tributário Progressivo segue a tabela de imposto de renda dos assalariados, de zero a 27,5%, sendo 15% na fonte como antecipação do imposto devido na Declaração de Ajuste Anual.
Já o regime Regressivo é definitivo e não leva em conta o valor do resgate, mas sim o prazo de aplicação, no qual a alíquota de IR diminui com o passar do tempo. Neste regime, para um prazo de acumulação de até 2 anos o IR é de 35%, e ocorre uma redução de 5% a cada 2 anos, chegando ao mínimo de 10% após 10 anos.
Aqui já se nota claramente a primeira possível vantagem de investir num plano de previdência privada, tanto sob a ótica de quem visa à aposentadoria quanto de quem procura um investimento de longo prazo interessante. Um IR de 10% é inferior à menor alíquota de IR que incide sobre fundos e outros investimentos de renda fixa, como um CDB ou títulos públicos. Outra grande vantagem é a ausência de come-cotas nos fundos previdenciários, o que gera uma acumulação líquida maior no longo prazo, pois a cada seis meses não há a retenção de IR de 15% sobre a rentabilidade.
Os possíveis benefícios sucessórios que estes produtos oferecem também são muito importantes. Processos de inventário e partilha podem durar de semanas a anos, mas em caso de falecimento do investidor, o saldo acumulado em PGBL e VGBL não integra o inventário e é transferido aos beneficiários em aproximadamente uma semana após aviso e análise da seguradora. Além disso, a indicação de beneficiários é livre e a alteração permitida a qualquer momento.
Por não fazer parte do inventário, não há incidência do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), custos judiciais e custos advocatícios sobre o montante transferido. Dependendo do Estado (o ITCMD é um imposto estadual limitado a 8% do valor transmitido) e da situação do investidor, essa economia pode ser bastante atrativa.
Portanto, independente da condição econômica do investidor, previdência privada pode ser uma opção muito vantajosa de investimento devido aos diferenciais tributários e sucessórios, e não ser encarado apenas como aposentadoria. Não é sem motivo esta rápida evolução após a melhor regulamentação desse mercado por parte do governo e da organização do setor. Muito ainda há de ser feito, mas, sob a ótica de investimento, a expectativa é muito positiva.


Liao Yu Chieh é professor do Ibmec São Paulo, profissional do mercado financeiro e possui a certificação Certified Financial Planner (CFP).

domingo, 21 de dezembro de 2008

Planejamento Financeiro Pessoal

Planejamento Financeiro Pessoal: o primeiro passo by Marcelo Angulo

A melhora da condição financeira, tal como a melhora da condição física, é um processo que ocorre ao longo do tempo com a dedição do “atleta”, o suporte do treinador e a tomada de decisões corretas. É por isso que “personal trainer” das finanças, “preparador físico” das finanças são boas definições para explicar o trabalho de um consultor em finanças pessoais. Atendimento personalizado, adequado às necessidades e objetivos de cada “atleta”, acompanhamento periódico, análise e discussão do desempenho são pontos em comum entre os “personal trainers” da academia e os “personal trainers” do dinheiro.
Se o conceito é similar, o método de trabalho também apresenta pontos em comum. Medição do peso, altura, índice de massa corporal e realização de um teste ergométrico ajudam o preparador físico a conhecer melhor a condição física do seu novo “atleta”. No caso do consultor em finanças pessoais, existem também alguns índices que podem ser monitorados para acompanhar a saúde financeira, para bater uma fotografia das finanças do atleta na data inicial do trabalho de planejamento financeiro.
Não há momento melhor para tirar esta fotografia financeira do que no início de um ano ou de um mês, quando a resolução de muitos envolve, entre outros objetivos, a conquista de uma situação financeira melhor. Assim, este artigo tem o objetivo de descrever e ajudar você a calcular três índices: o seu patrimônio esperado, a sua taxa de poupança e a sua taxa de riqueza.
Patrimônio EsperadoA fórmula para se calcular o patrimônio esperado foi desenvolvida por dois pesquisadores norte-americanos Thomas Stanley e William Danko, também autores do livro “O Milionário Mora ao Lado”.
“Qualquer que seja a sua idade, qualquer que seja a sua renda, quanto você deveria ter agora mesmo?”. A fórmula proposta para responder a esta pergunta é: “multiplique a sua idade pela sua renda familiar anual realizada, antes dos impostos, provinda de todas as fontes exceto herança. Divida por dez. Isso menos a riqueza herdada, deveria ser o valor do seu patrimônio líquido.”
Para ilustrar, vamos calcular o patrimônio esperado de Gustavo, arquiteto de 30 anos. Gustavo recebe do seu empregador 3.000 por mês e tem uma aplicação em fundos de renda fixa de R$ 50.000 que geram R$ 250,00 ao mês de rendimentos acima da inflação. Assim, sua renda mensal é de R$ 3.250,00 e sua renda anual de R$ 39.000 (R$ 3.250 x 12). Aplicando a fórmula temos:
Patrimônio Esperado = (Renda Anual x Idade) / 10Patrimônio Esperado = (R$ 39.000 x 30) / 10 = R$ 117.000
Moral da história, Gustavo pela sua idade e renda deveria ter um patrimônio hoje de R$ 117.000. Vamos um passo além, calcular qual o patrimônio de Gustavo hoje. Para chegar a este valor, basta somarmos todos os bens de Gustavo (ativos) e subtrairmos o que Gustavo deve (passivo). Gustavo, além dos investimentos de R$ 50.000, possui um carro no valor de R$ 35.000 com R$ 15.000 ainda financiados. Assim seu patrimônio é de:
Patrimônio Atual = Ativos (Bens) – Passivos (Dívidas)Patrimônio Atual = R$ 50.000 + R$ 35.000 – R$ 15.000 (dívida carro) = R$ 70.000
Gustavo tem hoje um patrimônio de R$ 70.000, pela nossa fórmula dos pesquisadores americanos deveria ter R$ 117.000. Portanto seu patrimônio atual corresponde a 60% do patrimônio esperado (R$ 70.000 / R$ 117.000 = 60%). Este é um primeiro índice! O ideal é que o patrimônio atual corresponda a 100% do patrimônio esperado. Porém tão importante quanto chegar nos 100%, é monitorar este índice com frequência e verificar que ele está crescendo.
Taxa de PoupançaA taxa de poupança é um índice simples, porém fundamental. É a divisão entre o que se poupa por mês pelo que se ganha. Por exemplo, Gustavo ganha R$ 3.250 por mês e gasta R$ 3.100 com alimentação, transporte, educação, lazer, etc. Ou seja sobram apenas R$ 150 para poupar (R$ 3.250 - R$ 3.100).
Taxa de Poupança = Poupança / GanhosTaxa de Poupança = R$ 150,00 / R$ 3.250 = 4,62%.
O ponto positivo é que Gustavo poupa, gasta menos do que ganha, no entanto poupa pouco. É indicado que a taxa de poupança seja de 10 a 20%. Qual a sua taxa de poupança?
Taxa de RiquezaA taxa de riqueza foi proposta pelo livro “Aposentado Jovem e Rico” de Robert Kiyosaki. Segundo o autor, o cálculo da taxa de riqueza é muito simples:
(renda passiva + renda de portfólio) / (despesas totais).
Renda passiva é aquela que você recebe sem trabalhar, por exemplo, a renda de aluguéis. Renda de portfólio é aquela gerada a partir dos seus investimentos, seja renda fixa, ações ou qualquer outro investimento.
O objetivo de calcular a taxa de riqueza é fazer com que a renda passiva e de portfólio se igualem ou excedam as despesas totais. Quando isso acontecer, você pode, por exemplo, se aposentar e manter o seu padrão de vida. Significa que você conquistou a sua independência financeira.
Na prática, Gustavo ganha R$ 250,00 como renda de portfólio dos seus investimentos e gasta R$ 3.100. Assim, sua taxa de riqueza é de 8% (R$ 250 / R$ 3.100 = 8%). O ideal é monitorar a taxa de riqueza para que ao longo do tempo ela se aproxime a 100%.
Monitorando os ResultadosSe você calculou os índices e não gostou do resultado, pense que só o fato conhecer um pouco melhor sua situação financeira já é um avanço. E lembre-se de que mais importante do que ter valores ideais dos índices calculados acima é monitorá-los com freqüência e perceber que os índices estão melhorando.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Crise Financeira

Crise Financeira: enquanto o resto do mundo entra em pânico, Robert Kiyosaki mostra como este pode ser o melhor momento da sua vida financeira.by Marcelo Angulo

No último dia 15 de outubro, Robert Kiyosaki - autor da Coleção “Pai Rico, Pai Pobre” - ofereceu um seminário gratuito por telefone. A chamada foi:
“Este é o momento para o qual a “Rich Dad Company” (nome da empresa de Kiyosaki) foi criada. Enquanto o resto do mundo entra em pânico, Robert mostra como este pode ser o melhor momento da sua vida financeira”.
Pois bem, às 21h e 30min do Brasil do dia 15 de outubro, ouvi o seminário via Skype. A seguir, relato os principais pontos:
1. A mensagem não muda: é a mesma2. O melhor investimento é o investimento em Educação Financeira: a escolha é sua3. Fluxo de Caixa é o caminho (“Cash flow is the way to go”)4. Aprenda a Vender5. Imóveis6. Encontre a sua especialidade
1. A mensagem não muda: é a mesmaKiyosaki fez questão de mencionar em vários momentos que os conceitos do livro, as idéias do Pai Rico, não mudam com ou sem crise. A mensagem é a mesma e nada mudou para o investidor profissional.
Kim, esposa de Kiyosaki, relatou que os seus primeiros investimentos imobiliários foram em Portland (nos EUA), quando a cidade vivia uma grande depressão. A depressão não a impediu de realizar ótimos negócios, pelo contrário: ela encontrou oportunidades.
2. O melhor investimento é o investimento em Educação Financeira: a escolha é suaOuvir as pessoas certas, estudar o que está ocorrendo, pesquisar e analisar tendências são atividades, mais do que nunca, necessárias. Por isso, é o momento de você investir na sua educação financeira.
Durante o seminário Kiyosaki e seus conselheiros comentaram: “O governo (dos EUA) não irá salvar você, os que apresentam as soluções são os mesmos que há alguns meses disseram que o problema era pequeno. Como é possível que eles não tenham percebido a gravidade da situação?!”. O ponto é: tome você as suas medidas.
3. Fluxo de Caixa é o caminho (“Cash flow is the way to go”)Talvez um dos pontos mais interessantes do seminário é justamente este. Kiyosaki afirma que existem dois tipos de investimento: aqueles que geram fluxo de caixa e aqueles que apostam no ganho de capital. O autor não tem dúvida: os melhores investimentos são aqueles que geram fluxo de caixa.
Olhe um imóvel como um negócio, diz ele, analise os fundamentos do negócio, o fluxo de caixa da propriedade. As pessoas acabaram perdendo noção dos fundamentos e pagaram muito caro.
4. Aprenda a VenderAlguns minutos do seminário abordaram um conceito já tradicional do “Pai Rico”: desenvolver as habilidades de vendedor. Aprenda a vender ou você está fora, disse o consultor de Kiyosaki especialista em vendas Blair Singer. Esta habilidade é ainda mais necessária em tempos de crise.
5. ImóveisKiyosaki disse que está investindo em imóveis. Há muitas oportunidades: as pessoas precisam de caixa e, muitas vezes, acabam vendendo os seus melhores imóveis. Fique atento, no entanto, para a questão do fluxo de caixa.
6. Encontre a sua especialidadePara concluir, Kiyosaki recomenda: encontre a sua especialidade como investidor, entenda no que você está investindo e aproveite as oportunidades. Repetindo, nada mudou para o investidor profissional.
Caso você queira participar de seminários como este, cadastre-se no site de Robert Kiyosaki RichDad.com (em inglês).