sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Humor

QUASE AO FINAL DA PRÁTICA DOMINICAL O SACERDOTE PERGUNTOU AOS FIEIS, NA IGREJA: "QUANTOS DE VOCÊS CONSEGUIRAM PERDOAR SEUS INIMIGOS?" A MAIORIA LEVANTOU A MÃO. O SACERDOTE VOLTOU A REPETIR A MESMA PERGUNTA E ENTÃO TODOS LEVANTARAM A MÃO MENOS UMA PEQUENA E FRÁGIL VELHINHA. "SENHORA MARIA? A SENHORA NÃO ESTÁ DISPOSTA A PERDOAR OS SEUS INIMIGOS?" "EU NÃO TENHO INIMIGOS!" RESPONDEU ELA, DOCEMENTE. "SENHORA MARIA, ISTO É MUITO RARO!" DISSE O SACERDOTE, E PERGUNTOU: "QUANTOS ANOS TEM A SENHORA?" E ELA RESPONDEU: "98 ANOS!" O PÚBLICO PRESENTE NA IGREJA SE LEVANTOU E APLAUDIU A IDOSA, ENTUSIASTICAMENTE. "DOCE SENHORA MARIA, CONTE-NOS COMO SE VIVE 98 ANOS E NÃO SE TEM INIMIGOS?" A DOCE E ANGELICAL VELHINHA SE DIRIGE AO ALTAR E DIZ EM TOM SOLENE, OLHANDO PARA O PÚBLICO EMOCIONADO:

"JÁ MORRERAM TODOS, AQUELES FILHOS DA PUTA!"

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Manifestações Populares

Manifestações populares espontâneas


Com as comemorações do Sete de Setembro deste ano, em todo o país surgiram protestos contra os atos de corrupção generalizados nos governos, embora o foco fosse o federal, por estar em evidência pela queda de ministros suspeitos de corrupção, com inúmeras evidências.
Nossa fama foi sempre de ser um povo passivo, e isso é fato. Uma característica muito enaltecida pelas autoridades com o nome trocado para povo pacífico, numa clara dissimulação. Prova de que somos excessivamente passivos é que, por muito menos, em termos de falcatruas no governo, os estudantes chilenos estão nas ruas por melhoria na educação; só para deixarmos por perto. Não se têm notícia de nenhum movimento popular neste país por melhoria de nada. As grandes manifestações, com destaque especial pelas Diretas-já e impeachment do ex-presidente Fernando Collor, sempre foram arquitetadas por grupos políticos partidários, o que não demonstra nenhuma politização da sociedade. Ao contrário, denota que se trata de uma população altamente manipulável.
Isso não quer dizer que não existam pessoas com disposição para a luta, falta uma cultura de agrupamento e de mobilização para reivindicações de interesse geral. Muitos fatores históricos contribuíram para essa imobilidade social. Firmou o pensamento nacional de que os governos devem exercer funções que são das próprias pessoas, como a alimentação, o material escolar e a compra de remédios. Aos governos caberia criar condições de empregabilidade. Mas inventaram bolsa disso e daquilo, são quotas, são passagens gratuitas para não sei o quê. Todas falsas medidas de inserção social, mas que favorecem pouco, não resolvem problema algum, mas conseguiram criar ilusão e alienação quase generalizadas.
Já foi dito que não se engana a todos por todo o tempo. Os brasileiros sabiamente, estrategicamente, aproveitam os momentos que as mídias não podem manipular todas as imagens e fazem o que mais sabem fazer: improvisar. Aí, aparecem nas grandes comemorações, na tentativa de mostrar um Brasil com problemas sociais muito graves, que a grande mídia e o governo fingem para o mundo que não existe.
Ao contrário do valor expressivo dado às manifestações por serem espontâneas, o mal está exatamente na espontaneidade, por falta de um objetivo bem definido. Nunca são formadas para cobranças, mas por puro protesto, que trazem como resultado a mera demonstração de insatisfação. É preciso que se formem grupos para organizarem manifestações com metas claras. Um pela extinção do voto obrigatório, o eixo de toda alienação, seria fundamental para o país. Outros para que a votação seja realizada pela internet para todos os cargos; também pela diminuição expressiva de deputados e extinção do cargo de vereador; por falta absoluta de utilidade e gerarem grandes e desnecessárias despesas aos municípios; pela diminuição em mais de 70% dos cargos comissionados; pela eleição direta, pelos seus pares em cada órgão, dos ministros do Supremo Tribunal Federal; pela extinção de tantas Justiças Especiais, principal instrumento da morosidade, muitas vezes utilizado de má-fé.
As manifestações espontâneas encaixam-se no popular “melhor do que nada”, mas o ideal seriam manifestações por algo, de forma organizada e duradoura até se alcançar o objetivo ou ao menos forçar os representantes a procederem às mudanças. Alguns exemplos foram apontados, mas o campo é muito mais amplo. Por enquanto, é “melhor do que nada”. Uma bandeira contra a corrupção já tremula na minha janela.


Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Cidades limpas


Cidades limpas

Baseado no livro Cultura da Sujeira,
de Pedro Cardoso da Costa



A sociedade brasileira convive com muitos problemas insolúveis e a sujeira das cidades deste país é mais um secular. A maioria ainda joga de tudo nas ruas, uns pela falta de consciência, outros por não importar consigo nem com os demais. A questão, como sempre, seria descobrir como implementar ações eficazes de conscientização de todos.
Existem medidas que caberiam a todas as esferas de governo. Outras, específicas a alguns. A limpeza, conservação e fiscalização no despejo de dejetos nos rios, bacias e praias caberiam aos governos federal e estaduais. O governo federal deveria desenvolver política nacional de reciclagem obrigatória de embalagens de produtos químicos e radiativos. Criar regulamentação para obrigar os comerciantes à utilização de embalagens biodegradáveis, especialmente de sacolas de mercado e do comércio em geral.
Os governos estaduais deveriam desenvolver campanhas de conscientização sobre o Meio Ambiente nas escolas. Essa abordagem deveria ser bem ampla. Desde a fabricação, a distribuição e reaproveitamento corretos de embalagens. Todo estabelecimento público deveria ser local adequado de reciclagem.
As prefeituras deveriam retirar somente materiais inorgânicos, em dias definidos previamente; noutros, o orgânico. Orientar às pessoas que, ao lavarem a louça, lavem e deixem secar os recipientes vazios, que todos denominam de lixo. Já o material orgânico deveria ser destinado à produção de adubo, que poderia ser vendido, e até doado, a moradores para utilização em jardins, hortas e culturas em geral. Preparar fiscais para punir com rigor e de forma imediata moradores que misturassem o material.
Empresas, igrejas, sindicatos, ongs, poderiam desenvolver campanhas educativas internas destinadas aos membros e funcionários. Bancos, lojas, bares e quaisquer casas comerciais poderiam limpar as ruas junto ao meio-fio e calçadas dos seus estabelecimentos. Os próprios funcionários poderiam retirar imediatamente papel de bala, borracha de chiclete, ponta de cigarro e todo objeto pequeno toda vez que um transeunte deseducado jogasse. Poderiam realizar palestras para funcionários e, também, deveriam colocar frases como NUNCA JOGUE LIXO NAS RUAS nas sacolinhas, nos saquinhos e nos tíquetes fiscais. Poucas fazem alguma coisa efetiva e permanente e todas culpam a prefeitura da cidade. Orientar os consumidores a só comprarem em estabelecimentos limpos completamente. As escolas precisam ampliar o conceito de educar. Após um ano, toda criança já deveria ter assimilado que sujar as ruas e cuspir no chão são gestos de pessoas mal educadas. A imprensa deveria valorar mais a educação. São necessárias campanhas permanentes no rádio, na televisão, em outdoors, em terminais de ônibus, no metrô.
Numa cidade de milhões de habitantes, qualquer objeto jogado na rua perfaz toneladas de sujeira, capaz de entupir bueiros, gerar enchentes e matar pessoas. A cada chuva mais intensa a cena de móveis arrastados se repete na televisão. As mesmas pessoas somente culpam as autoridades, mas não são capazes de entender que contribuem para a destruição de suas próprias casas.
Jogar lixo nas vias públicas está arraigado na nossa cultura. Todos jogam, independentemente do nível social e educacional. O objetivo desse argumento não seria atacar gratuitamente as pessoas, mas de conseguir solucionar. Para tanto, seria necessário que cada cidadão sentisse agente responsável pela preservação das cidades.
Recicle todo material. Lave-os e deixe-os secar. Numa semana, verifique quanto material se joga fora desnecessariamente. Basta reservar uma gaveta do armário para plásticos finos e numa caixa de sapato guardar os papéis pequenos. Depois, os entregue num posto de coleta seletiva. Repita-se: o lixo que você joga na rua pode contribuir para que a enxurrada carregue e até mate pessoas! Limpar as ruas dia-a-dia não tem resolvido! Atribuir sujeira à pobreza é um equívoco cometido pela grande maioria. Poder-se-ia viver num país pobre, porém limpo!


Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Excesso de Novelas

Excesso de novelas

Várias são as discussões sobre o desempenho da televisão e da mídia em geral junto à população. Talvez o maior dano sejam os veículos pertencerem a políticos. Eles abusam do autoelogio ou de propaganda de governos de seus parentes e de amigos. Outra crítica muito forte seria a forma como são abordados os valores familiares e sociais na programação, em especial nas novelas.
Quando surgem novas tecnologias, há sempre um período de adaptação e de cuidados com a utilização. Quando o rádio apareceu, os pais não deixavam as crianças ouvirem para evitar valores perniciosos à formação. Já no início da televisão, as mulheres que trabalhavam eram vistas de caráter duvidoso, fáceis, praticamente eram vistas como prostitutas de luxo.
Surgem os benefícios também, mas são analisados de maneira secundária. Nos dias atuais isso ocorre com a internet. Os riscos são muito mais criticados do que os benefícios elogiados. Mas todas as tecnologias se firmam naturalmente e, com o passar do tempo, o debate se ajusta entre malefícios e benefícios. Como toda ferramenta, o problema é a má utilização.
Dois elementos pautam a televisão, que são a audiência e, em conseqüência, o patrocinador, que gera o rendimento para pagar aos atores e aos funcionários em geral. Portanto, se têm muitas novelas em demasia, e tem, é porque tem público para todas elas.
Na Rede Globo, havia três novelas: as das seis, das sete e as das oito horas; a atual das nove. Depois, foram acrescidas a Vale a Pena Ver de Novo e a Malhação; e recentemente à das onze horas, O Astro. Sempre permeadas de minisséries, novelas com duração, que muda apenas a nomenclatura. E todas as demais emissoras seguiram a Globo e estão tentando emplacar as suas.
Há necessidade de se discutir o motivo do aumento constante de telespectadores de novela. Pode ser por falta de alternativas. O público de novela é maior nas camadas sociais mais baixas. Talvez por faltar lazer nas cidades; talvez por faltar o hábito para a leitura de um bom livro; talvez pela falta de locais e de instrutores para a prática de um esporte. Antes, eram as mulheres o público de novela, como as empregadas domésticas eram a audiência de Sílvio Santos. Homem era o telespectador oculto, já era discriminado no seu meio, se assumisse. Jogo aberto: era considerado gay. Hoje a masculinidade pode ser questionada por outras razões, não pelo fato de o homem ter aumentado o público noveleiro. Eles falam abertamente sobre os próximos capítulos.
Novela aborda situações cotidianas: filho que não conheciam os pais ou um deles. Algumas personagens até “comiam” as mães e irmãs antes da descoberta; triângulo amoroso não pode faltar; João que gosta de Maria, que gosta de José; que ama João, em segredo. Alguém pagando injustamente por atos tramados por outros e um ator sempre com um passado comprometedor ou constrangedor. Eis os temas que não podem faltar em nenhuma novela. Além de jamais poderem faltar as mil e umas traições.
Positivamente, existem novelas temáticas. Elas tratam de acontecimentos relevantes da história ou de assuntos polêmicos trazem grandes benefícios. Uma, ajudou a encontrar várias crianças desaparecidas.
Esses temas recorrentes trazem desfechos idênticos aos da vida real, não apontam soluções mais civilizadas. E as novelas chamadas temáticas ajudam pouco, pelo reduzido tempo para aprofundar o debate de fatos históricos ou de temas complexos.
Mas a deficiência maior está nas autoridades por não oferecerem alternativas e na própria sociedade, que se limita à indignação verbal. Poderia exigir que, assim com toda novela tem vários traidores, que tivesse sempre uma personagem maníaca por leitura, com menção às obras e aos autores; que fosse fissurada por pintura; música; outra que fosse “Lineu” na ética. Além de sempre ter um quadro que valorasse a educação formal. Poderia ser um idoso se formando; uma criança com ações sociais em seu bairro.
Com certeza, o Brasil já estaria muito mais elevado se dois por cento do horário de novelas tivesse sido destinado à educação, à cultura, à ética, à cidadania e à informação.
Todos têm sua cota de repsonsabilidade por construir uma sociedade de noveleiros. A própria televisão por não apresentar programas educativos, sempre sob o argumento de que sua função é somente entreter, as autoridades por não oferecerem alternativas e, principalmente, o cidadão por que, como disse o presidente Lula, por não despregar a bunda das novelas.
O que foi escrito sobre novela vale muito mais para os realitys shows. De fato, sem entrar no mérito do conteúdo, a Globo caminha para se tornar um canal exclusivo de novela. Hoje, o brasileiro pode até viver sem energia, mas não conseguiria sem novela.




Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Turismo fatal

Turismo fatal

De novo o Rio de Janeiro foi à vitrine nacional em maus exemplos, em descaso com a pessoa humana, na negligência dos gestores públicos. Trata-se de uma sequencia que já vem de longe. Em 2010 mostrou o morro do Bumba soterrando gente e depois, soube-se que as pessoas moravam ali com a anuência da prefeitura, com o prefeito no seu quarto mandato. No início deste ano bateu o recorde de gente arrastada pelas águas como se fosse um brinquedo. Nem sequer as autoridades foram capazes do contar os mortos com exatidão. O Bateau Much já foi lembrado em outros artigos. O Rio de janeiro é bastante inovador, principalmente nas desgraças.
Foi no Rio de Janeiro que as Forças Armadas substituíram os funcionários da saúde há alguns anos. Foi lá que houve o primeiro resgate de um bandido com helicóptero. De lá se têm notícia que policiais tomam o lugar dos bandidos para achacar moradores, com as chamadas milícias, nome dissimulado como sinônimo de bando armado. Não muda nem o discurso das autoridades. Como sempre, a culpa recai em quem morreu.
Sérgio Cabral é o Hugo Chaves do Rio de Janeiro, sempre muito compadecido, no que não é novo, como quando assegurou a dignidade dos mortos nas enchentes de 2010. Tão dissimulado quanto o venezuelano, o acompanha na incompetência e na arrogância.
Esse bondinho tornou-se o símbolo maior de inovação carioca. É a primeira pessoa jurídica a se tornar um serial killer. Mata em série. Primeiro foi a professora Andrea de Jesus Resende, em 2009; ano passado, o francês Damien Charles Pierson, e agora, em 2011, mais cinco.
Apesar de inovar em quase tudo, nos comportamentos copia-se quase tudo dos americanos. Ver do alto os estragos das tragédias é uma; reconhecer falhas humanas, é outra, sempre de quem morreu e falhas de equipamentos, mais uma cópia americana.
Necessidade de prova não há, por ser evidente a falta de manutenção. Nem é o caso, pois sobram provas, de depoimentos gravados a documentos registrados. Todos os responsáveis sabiam que havia peças amarradas com arame e que alguns bondes caiam aos pedaços. Nada foi feito para impedir. Mesmo assim, com pessoas sendo remuneradas essas funções de direção, não há responsáveis. O motorneiro suicida não estraçalharia o bonde num poste sem determinação de alguém. E alguém determina quais e quantos bondes devem funcionar; e assim até se chegar a quem deveria liberar verba.
Bonde não cai do céu, a não ser no Rio de Janeiro, literalmente. É preciso que o Ministério Público, em todas as suas representações, assuma de vez que as pessoas fictícias de Direito são dirigidas por pessoas físicas. E que quem autoriza o funcionamento de um veículo automotor sem as mínimas condições de segurança, assume o risco pelos resultados. E se o resultado é morte, alguém tem que responder criminalmente. Não preciso ensinar a doutrina aos promotores que assumir o risco é o correspondente a ter a intenção, denominado de dolo eventual, como nunca sabe, ou não quer, distinguir a grande mídia.
Faz-se necessário criar a cultura do exercício do poder, dever se tornar obrigatório de fato para acabar com esse descaso com a vida, que chega ao ponto de uma pessoa fraturada esperar, à lá Jesus Cristo, pelo capricho de um político carcomido descer do jatinho da filha, como uma tartaruga, em flagrante deboche ao martírio alheio. Se alguém ainda não foi punido pelas mortes turísticas no Rio de Janeiro, que se verifique o prazo de prescrição, outra indústria a serviço da impunidade, e puna-se a quem tinha o dever de cuidar e assumiu o risco pela morte de inocentes.
Ou se acaba o turismo da morte ou se coloque na propaganda oficial para o mundo: “quer uma morte em coletividade, bem divertida, venha para o Rio de Janeiro. O bondinho de Sérgio Cabral te leva para o céu”.



Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Ajude-nos a espalhar a campanha.

Energia a Preço Justo

Ajude-nos a espalhar a campanha.

Nós temos pouco tempo para pressionar o Governo Federal a realizar os leilões para a renovação das concessões do setor elétrico. Os brasileiros merecem pagar preço justo pela energia elétrica. A Fiesp está trabalhando duro para conseguirmos 1 milhão de assinaturas.

Quanto mais nos unimos, mais forte fica nossa reivindicação! Por favor, nos ajude a espalhar essa campanha pelo Brasil.


Acesse e assine o manifesto.
http://www.energiaaprecojusto.com.br

Energia a Preço Justo – Uma campanha da Fiesp e do povo brasileiro


Assista o vídeo:
http://youtu.be/ZIK3MxynSsY

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Nem Roma nem Sodoma

Nem Roma nem Sodoma


De início parece que a presidenta da República não tinha noção da gravidade do funcionamento da máquina presidencial e agiu corretamente ao demitir, mesmo com atraso, todos os ministros em cujos ministérios houve denúncias de corrupção, ou teve o patrimônio multiplicado por vinte em quatro anos.
Ficou a impressão de que haveria punição sempre que houvesse falha grosseira, erro ou corrupção deliberada, como é em qualquer país sério. Foi só impressão inicial. Os corruptos enquadraram a presidenta, e miou rapidinho sua cara de leoa. No Brasil, fazer política é sinônimo de cambalacho, apadrinhamento, empreguismo à base das famosas funções comissionadas, com objetivo explícito de apropriação do dinheiro público.
Fez uma analogia e diz que aqui não é a Roma Antiga. Não é mesmo a Roma. Deve ter sido uma analogia à Inquisição. Lá, as pessoas eram punidas para evitar a formação intelectual. De forma prévia e quase sempre injusta. Ainda que não se precise queimar corrupto, as punições por aqui são uma faz-de-conta, e quando existe, não são à altura dos fatos. Com esse pronunciamento, a presidenta passou a impressão de que já fez o máximo e que daqui para frente à corrupção pode correr solta.
Depois do enquadramento, a presidenta mostrou que seus famosos gritos amedrontadores ficaram no passado, quando se apoiavam na força do superior. Se o recuo veio para seguir o estilo do ex, nada pode ser pior para um país do que ter uma presidenta de Direito, comandada por um presidente de fato. Nada pior do que ter uma presidenta apenas como ponte para o retorno oficial do presidente que não é, mas é. Isso trará desgaste até para o presidente oculto. O povo quer como dirigente quem foi eleito para isso. Agora Lula é apenas o ex-presidente; esse deveria ser seu papel. É legítima sua pretensão em voltar à Presidência da República. Afinal, seus índices de aprovação no governo respaldam e dão provas de possibilidade iminente de ser retorno na próxima oportunidade, que deveria ser programada para 2018.
Com a faxina que vinha fazendo, assumida ou não, Dilma Rousseff estava tendo apoio de parte da mídia e da população, que Lula não tinha. Esta faxina vinha se configurando na marca positiva do seu governo, diametralmente oposta ao do governo anterior. Há consenso na sociedade de que o presidente de fato nunca se lixou para a corrupção. Suas manifestações sempre foram apaziguadoras, confortantes e acolhedoras aos corruptos. A que aparece hoje são de ministros herdados do seu governo, cuja quadrilha do “mensalão” deu mostra da parte pesada da bandalheira.
Tem razão a presidenta quando diz que não vai fazer faxina; é pouco, tem que dedetizar. A ratazana é monstro. E o símbolo maior é seu ministro do Turismo. Mantê-lo só traz desgaste gratuito ao governo pelas insignificâncias do ministro e inutilidade do ministério. Ainda mais quando o noticiário lembra de que se trata do cidadão que pagou almoço e janta num motel com dinheiro público. A limpeza precisa ser por atacado, simplesmente por que Brasília não é mesmo uma Roma, mas uma verdadeira Sodoma, se a promiscuidade já não está maior.


Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito