sábado, 26 de novembro de 2011

Se gritar...

Se gritar pega ministro...

Como a frase de samba “se gritar pegar ladrão, não fica um meu irmão”, assim tem sido os ministros da atual gestão. Revelar um a um parece política editorial das revistas semanais. E o pior é que todos repetem as mesmas estratégias falecidas de indignação, porrada na mesa, ameaças. Depois vêm os depoimentos, as vozes, as fotos e os vídeos. E a presidenta Dilma tem titubeado nos inícios das denúncias em fazer defesa. Sempre demonstra insegura e faz colocações até bizarras. Menosprezar as denúncias por serem de fatos anteriores parece sair da boca do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Espera-se que não seja tão difícil demitir ministro que nega veementemente não conhecer um cidadão num dia e dois dias depois aparecem as reportagens afirmando que andaram junto em aviõezinhos particulares, sempre o maior sonho de todos os ministros de Estado.
Sustentá-lo apenas por seus gritos e cara feia seria confirmar que para ele “só mesmo a tiros”. Ficaria no ar por que as ameaças trariam resultados positivos. Tiros literais têm sido utilizados como meio exclusivo de fazer política apenas em Jandira, estado de São Paulo, onde quatro políticos foram assassinados nos últimos anos.
Tantos são os casos de corrupção que a presidenta passa a imagem que a qualquer hora vai deixar algum ministro até por capricho, por birra contra quem divulga, ou na intenção de desfazer a sensação nacional de que basta as revistas quererem para que não reste um ministério com o titular original. Essa tem sido a tônica dessa gestão. O ato administrativo mais corriqueiro da presidenta tem sido a assinatura de demissão de ministros envolvidos em denúncias de corrupção.
Agora é tarde. Ou Dilma firma sua marca de intolerância à corrupção com punição a todos os envolvidos ou vai passar a imagem para todos de ter sido vencida pelo gigantismo desse monstro, com a imagem de lisura e decência indo para o brejo.
Não resta dúvida de que essa corrupção decorre de modelo anterior de encará-la como coisa menor e de Lula apregoar maledicência aos denunciantes por desvio de conduta e não se insurgir contra a corrupção no seu governo. Como nunca antes na história deste país se posicionou com tanta condescendência, tolerância e defesa veemente de malfeitorias como Lula e deixou sua herança maldita, essa sim, para sua sucessora. Não. Definitivamente não aos corruptos. Ainda falta Justiça e cadeia para todos os corruptos e corruptores. Como a revista Veja mostrou a roubalheira de R$ 720 bilhões de reais nos últimos dez anos, divididos por 10, multiplicados por 8 anos de Gestão de Lula, chega-se à soma de 576 bilhões de reais surrupiados para bolsos particulares só no governo anterior. Não pode ser razoável deixar que esse número se mantenha; como não seria para qualquer número desviado pela corrupção.
Diante da corrupção generalizada, as revistas deveriam acabar com as denúncias a conta-gotas e denunciá-las logo por atacado. E, para manter sua imagem inalterada, a presidenta precisa fugir das defesas prévias a seus ministros. Não é possível que o retrospecto e as mesmíssimas defesas inconsistentes dos seus pupilos - como a do ministro Lupi a procurar o nome de... de... de Adair Meira, com quem tinha viajado dias antes no mesmo voo, não lhe convençam ser indefensáveis previamente. Já passou da hora de dar um “tiro” de caneta no cargo de Carlos Lupi ou sua gestão levará um tiro mortal de credibilidade. Por enquanto, toda vez que vem um grito não tem ficado um só ministro. Diante de defesa na base apenas de ameaça, não será Carlos Lupi o primeiro.



Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel.Direito

ACREDITE:

"NÃO HÁ DEMOCRACIA ONDE O VOTO É OBRIGATÓRIO"

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Guerra contra O Globo

Guerra contra O Globo

Trata-se de uma guerra injusta, como qualquer guerra. Como as outras, nesta todos saem perdendo. E esta é longa, pois ainda não acabou. Começou em 1998 e, como todas elas sem motivo suficiente que justificasse uma guerra.
Começou naquele longínquo ano, após prestar atenção num trecho do livro “Não Erre Mais”, de Luiz Antonio Sacconi, com uma dica de que horas só teria uma abreviatura correta. Seria horas completas com um “h” minúscula e quando fracionada, com h entre horas e minutos e min, no final. Assim: 10h,18h, 24h ou 10h10min, 11h11min ou 00h16min. As demais formas ou eram inglesa, em razão de representação digital, ou invencionices brasileiras.
Passei a prestar atenção quais meios de comunicação tinham a preocupação de escrever da forma correta. As revistas Veja e Istoé não escreviam; O Estado de São Paulo e a Folha, também não. Do mesmo modo o ex-impresso Jornal do Brasil e O Globo, meu oponente atual. E todos os outros. Do mesmo errado apareciam nos telejornais, nas novelas, em toda a mídia brasileira. O erro era seguido até pelos saites das secretarias e pelo Ministério de Educação, órgão máximo responsável oficial por essa área.
Fiz um texto com o título do livro e o encaminhei aos jornais, especialmente aos meios de comunicação citados, acompanhado do questionamento por que se mantinha o erro, já que se escrito da forma correta, facilitaria para que todos passassem a escrever também corretamente. Além de encaminhar para governos estaduais, prefeituras e até para o Ministério da Educação. Cheguei a entregar alguns às empresas que fazem faixas e cartazes nas ruas e até hoje reclamo da representação errada nos sites.
Houve mudanças imediatas naqueles veículos de comunicação e noutros, não. Alguns mantinham em determinadas seções, especialmente nas de classificados. As igrejas nos horários de missas e cultos. Mas, seguimos em frente.
Algumas mudanças trocaram de erro e isso perdura até hoje. Passaram, principalmente, a representar 10:30h. Mas houve avanço que até os postos de gasolina, de quem cobro muito em todos os sentidos ser continuo e demorar enquanto abastece, passaram a colocar a letra “h” nas suas placas indicativas de funcionamento de 24h.
O Globo trocou a abreviatura de minutos por metro, “m”. Já escrevi inúmeras vezes para os emails do jornal, mas o erro permanece. Já liguei, mas teima em manter o erro. Não com o poder que já tem, mas pelo que julga ter o Globo queira mudar a regra gramatical. Mas enquanto não muda, precisaria corrigir. Enquanto isso, outros veículos de comunicação mantém nome de mês com letra maiúscula, dia de semana como segunda, terça e não terça-feira, quarta-feira e assim segue o Brasil
Fazer o certo é necessário e neste campo facilita para todos e não sou especialista em educação. Embora toda guerra é desumana e desigual, essa ainda é mais desigual. O conjunto de os Globo aparece diariamente para milhões de pessoas e eu para ninguém. Esta formiga precisa vencer o elefante. Várias batalhas foram perdidas, mas a guerra ser vencida pelo bem de todos, já que em guerra real só existe vencedor, nunca ganhador.


Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Amigos-objeto

Milton Nascimento tem razão quando na sua música, Canção da América, diz que “amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves dentro do coração”. Acrescenta que deve ficar do lado esquerdo do peito.
Com pretensão, deduzo dizer que o astro pretende afirmar que um amigo verdadeiro seria uma preciosidade rara, que deveria ser preservada de todas as formas e a qualquer preço; com muito respeito e ética, sempre de maneira sadia, com muita curtição. Isso seria a parte simbólica da feliz frase. Até aí tudo estaria correto, se a presunção de amizade não fosse uma relação própria, cada uma com valores e compromissos específicos. É triste porque é uma verdade literal. Ter amigo verdadeiro é mesmo raro. Dá para se denotar o valor material de quase a totalidade dos amigos. Por isso a maioria das amizades tem prazo de validade.
Já afirmaram que o tempo seria o senhor da razão, eis que as duas colocações aos poucos vão se encaixando noutra, já batida, de que a idade torna uma pessoa mais madura, quando o sentido verdadeiro é que idade a torna mais cética e sem confiança nas suas relações interpessoais, quaisquer que sejam elas.
Para manter algumas amizades, a cada dia que passa muita gente tenta usar de falsidade interior para aceitar os amigos como eles são, como se alguém pudesse ser de outra maneira que não a sua própria.
Torna-se um dilema quando se percebe que não existe reciprocidade, requisito natural em razão da necessidade de identidade natural de valores. Mesmo dispensando as implicações mais fortes do cotidiano, poder-se-ia conviver com as fixações de sinceridade, fidelidade e correção. Existindo sinceridade em qualquer situação já seria suficiente para se manter uma amizade, senão profunda, confiável.
Quando muitos pensam que falta lugar até do lado direito do peito para acomodar tantos amigos, começam a surgir vagas quando se descobre que num amigo estaria faltando um dos valores referidos e o afastamento é inevitável. E existe um vácuo de todos os requisitos de uma amizade plena na maioria. Isso esvazia o pobre coração confiante e feliz até então. Com o mundo todo supervalorizando a concorrência desleal, a vantagem indevida, o primeiro lugar a qualquer custo, a amizade baseada no calor humano - o sentimento, o querer bem ao outro – fica a cada dia apenas no imaginário dos românticos.
Hoje, você sabe quanto custa financeiramente cada pretenso amigo. Existem pessoas sustentando a amizade somente, e na proporção, da expectativa de vantagens que poderiam tirar.
Por causa desse tipo de amigo, muita gente está com o lado esquerdo desocupado, mesmo querendo mantê-lo lotado de apreço, de carinho, de amor para compartilhar. Milhões de corações estão vazios; tristes; até desolados. A quantidade de pessoas que só têm interesses mesquinhos é bem maior.
Não se sabe se teria cura para tanto egoísmo. Com certeza, muitas pessoas não compreendem quanto o seu gosto apenas por objetos infelicitam outras que valorizam troca de informação, bate-papo, brincadeiras, histórias, além de um ombro e ouvido dignos de uma bela confissão. Aquela coisa boba que só tem importância para quem conta com exclusividade para aquele ouvido louco para registrar a tolice. Apenas um sonho de saudosista, inimaginável para os amigos-objeto.


Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito

domingo, 6 de novembro de 2011

Seleçõezinhas de Merda

Nenhum momento foi mais oportuno do que este que as seleções brasileiras de futebol me dão para escrever sobre a imprensa colocar somente as letras iniciais de palavrões ou as chamadas palavras de baixo calão.

Quando transcrevem a fala de alguém omitem exatamente aquelas que definem a baixeza. Principalmente de técnicos de futebol. E isso se repete no rádio e na televisão. De autoria desconhecida, a bufa que gerou uma crise no Flamengo é a prova mais recente. Um “pum” pode vir de qualquer um, em qualquer solenidade e circunstâncias, desde que, muito apertado, não controle um movimento mais brusco. Ninguém de bom senso pode achar alguma ofensa numa fatalidade desta. Nada poderia ser mais humano. Entretanto, foi chamado de “pum”, de outras invencionices, mas ninguém pronunciou bufa, o que realmente foi. Eu bufo, tu bufas, todos bufam. Trata-se do verbo bufar. Sem nenhuma culpa, até o Papa bufa e, se não se cuidar, ca...

Isso se aproxima das cenas de sexo das novelas para os acima de 12 anos nos horários nobres. As personagens vão para a cama, tiram as suas roupas até ficarem de cueca e biquíni e, para preservação geral da juventude brasileira, somem debaixo dos lençóis, de onde voam o resto das pecinhas, soam os sussurros, os gemidos e... Depois de um corte, ressurgem suados, com as vozes ainda ofegantes, mas com a moral e os bons costumes preservados.
Já os jornais e revistas cansam de repetir que o cidadão tal usou palavras de baixo calão. Sem especificá-las, não passa de falta de informação. Não existe um catálogo com as tais denominações, além de existir significados e intensidades distintas de uma localidade para outra. Eles deveriam explicar de qual manual saiu que se deve escrever que “A mandou B tomar no c...” E que os congressistas sempre ferem o decoro quando mandam um colega ir se fo... ou o chama de “fila” da p... Sempre com o cuidado de se tratarem por Excelência.

Isso decorre de a cultura generalizada nesse país se utilizar de subterfúgios. Os gestores da saúde pública dizem que está a mil maravilhas, com os mesmos meios de comunicação mostrando, todo dia, gente morrendo nas filas e enfermeiras regando as veias de criança com vaselina, homem fazendo vasectomia no lugar de retirada de uma verruga, tesouras ficando décadas em corpos febris, e tantas mais similares.

Avisei que as seleçõezinhas serviriam só de pretexto. Mas, o dedo coça. Depois da última Copa do Mundo, a seleção principal não venceu nenhum time relevante, pois aquela “argentina” é digna da letra “a” minúscula. Perderia para qualquer clube da Segunda Divisão brasileira. O futebol brasileiro é apenas o que têm mais títulos de Copas do Mundo. Só. Leva um baile nos títulos sulamericanos, nos jogos pan americanos. E a desculpa é de que não valoriza ou não valorizava esse ou aquele campeonato. Mas, os mesmos títulos desvalorizados são a glória dos times que os venceram. O futebol-show se limita a um zagueiro receber a bola, passar em diagonal curta para o lateral, ou ala que, com a perna um tanto suspensa para dar um charme, devolve ao mesmo zagueiro que transfere para o outro ala que, apertado por algum adversário, ou dá um chutão para frente ou devolve ao goleiro. De muitos idênticos, é o lance que se repete umas trinta vezes numa partida da seleção show.

Nunca se venceu uma medalha de ouro em Olimpíada. Se nossa supremacia fosse igual à dos Estados Unidos em vários esportes e tivéssemos vencido, ao menos, cinco medalhas de ouro, o Brasil tomaria a 36ª posição do Quênia no quadro geral de medalhas. Mas se dizem que somos o melhor futebol do mundo, voltemos a ver o show entre zagueiros e laterais.

Como a sociedade está numa busca de sair desse faz-de-conta, principal saúva brasileira, é preciso afirmar que nosso futebol não é melhor do mundo nem no show, e muito menos nas estatísticas. Quem reproduzir a conversa de quem baixou o nível, tem que dizer que mandou tomar no cu; não mandou tomar no ânus, isso não; que o outro retrucou chamando-o de “fila” da puta. As novelas precisariam mostrar a cena completa, com informação prévia de que são recomendadas para maiores de 18 anos, além de variar a cena com o voo de duas cuecas ou duas calcinhas, para evitar justos processos por discriminação.

Ob. O ENEM de Paulo Haddad prova que ministro não cai por incompetência na atual gestão. Meu próximo texto.


Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito