sexta-feira, 25 de março de 2011

"Estupódromos"

Estupódromos”

Como a própria vida, de forma natural as palavras vão surgindo e algumas caem no gosto de todos e viram moda por algum tempo. Surgem com mais frequência por personagens de programas de televisão, especialmente quando ligadas a algum ato ou situação do cotidiano. As novelas são campeãs em criar esse tipo de linguagem, sem entrar no mérito quanto ao bem ou mal que fazem à sociedade.
Algumas são estigmatizadas junto a determinados grupos, seja pela idade, seja pela orientação sexual, seja pela crença religiosa. Um avançadinho dificilmente fala em música sertaneja; um caipira é olhado diferente quando, com seu sotaque arrastado, fala em Inglês, olha-se de esguelha para um homossexual quando ele fala da beleza do sexo oposto, um coroinha de igreja católica é ridicularizado quando se insinua para uma menina, como se já estivesse comprometido como o celibato.
Existem outras ligadas à utilização de locais. Chegou-se à definição de autódromo como o lugar de corridas de automóveis, sambódromo para os desfiles de samba. Com o avanço para defender os não fumantes da nicotina alheia, sugiram os fumódromos. Todos devem ter um processo de formação. O local dos fumantes teve início com a criação de alas em bares e restaurantes, avançou-se para os locais de trabalho, até que veio a proibição total em locais fechados. A questão que importa é a definição do local para fumantes ser chamado de fumódromo. Agora já se pode colocar mais uma nesse rol dos “ódromos”. São os locais propícios aos estupros.
Com base nos vários relatos, não é difícil visualizar no imaginário um local onde mulheres e crianças, as principais vítimas, são abusadas. Eventualmente um estupro pode ocorrer em qualquer lugar; num banheiro público ou de salão de festas do condomínio, numa piscina, numa praça pública ou até na casa da própria vítima. Ocorre com mais frequência na casa do algoz quando se trata de parente ou conhecido. Entretanto, para os maníacos que têm o estupro como meio para saciar seu distúrbio, as casas abandonadas, sem portas ou com elas abertas são um chamariz. Mas o estupódromo típico é o chamado terreno baldio.
Não basta ser baldio. Esse terreno se torna ideal quando fica com mato alto, está situado em locais ermos, ou na frente ou próximo a local de grande concentração de pessoas, como escolas, salões de festa, clubes e parques. Se tiverem ponto de ônibus na frente ou próximo, aí já seria a sopa no mel total, pela facilidade que proporciona para escolha da vítima que o apraz, seja pelas características físicas atrativas ao deliquente ou pela fragilidade. Também por facilitar o disfarce de ficar muito tempo no local sem chamar atenção, por fingir estar esperando o ônibus que nunca chega.
Quase todos são formados unicamente pela negligência das autoridades das grandes cidades. O Congresso Nacional precisa mudar sua filosofia de pensar apenas na recuperação dos infratores e aumentar a pena para todo tipo de delinquência. No mínimo vinte anos para um estuprador. Essa mudança precisa ser urgente para que as pessoas tenham bem claro qual lado da vida escolher. Ninguém é deliquente por acaso. A Justiça brasileira precisa sair das desculpas eternas de falta de tudo e passar a atuar com celeridade, diligência, eficiência com aplicação das regras, sem benevolências, tão comuns quanto dissimuladas. Os prefeitos, em especial, que acabem logo com os estupódromos para o bem geral. É preciso sair da leniência e punir com rigor os proprietários que abandonem ou não zelem seus imóveis.
É preciso punir quem deixa terrenos sem capinar, sem muros ou com aberturas. Mas se a punição não funcionar, o poder público precisa utilizar esses terrenos ou fazer a cessão a particulares para fazerem hortas. Além do benefício direto aos beneficiados, trariam um bem maior a toda a sociedade. Mas as grandes favorecidas seriam mesmo as eventuais vitimas dos delinquentes sexuais. E assim se evitaria o surgimento do estupódromo, nome de um lugar próprio para os estupros.


Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito

domingo, 20 de março de 2011

Um deputado de verdade

Um deputado de verdade

No fim do ano passado o povo brasileiro foi surpreendido com duas medidas absurdas. A primeira, o aumento dos parlamentares na calada da noite para se tornarem os parlamentares mais caros do mundo. Eles ultrapassaram em muito os pobres companheiros dos Estados Unidos, Inglaterra, França e todos os demais. A outra foi mais um bandido dado de presente ao povo brasileiro pelo presidente Lula. Mas existe coisa positiva, vinda da Câmara dos Deputados, exatamente de onde não se espera.
No bojo da renovação da Câmara dos Deputados nas últimas eleições, Antonio Reguffe foi eleito deputado federal pelo Distrito Federal. Pois foi ele que tomou uma das medidas mais inusitadas das últimas décadas, quiçá de toda a existência do Congresso Nacional. Ele encaminhou ofícios ao presidente da Mesa Diretora abrindo mão, em caráter irrevogável, de vários privilégios concedidos aos parlamentares. Mais importante, ele já havia feito o mesmo enquanto deputado distrital. Na mesma Casa que estarreceu o Brasil com imagens de vários colegas embolsando dinheiro das meias às cuecas.
Não teria feito nada de extraordinário, não fosse no Brasil. Ele abriu mão dos 14º e 15º salários. Isso mesmo. Os parlamentares brasileiros conseguem abocanhar dinheiro com coisas dessa natureza, sem nenhuma resistência de fato da população. Dispensou 80% da verba indenizatória, de 20% dos recursos do gabinete, das verbas a que tem direito para viagens e moradia. Isso mesmo. Deputados de Brasília recebem verbas para moradia e viagens aéreas. No Brasil, isso é possível, sem nenhum protesto da população para valer.
Com essas medidas tão óbvias para o cidadão comum quanto impensáveis para um político brasileiro, o deputado economizará, dos nossos bolsos, dois milhões e trezentos mil reais ao final do mandato. Caso essa iniciativa fosse estendida aos 512 deputados e aos 81 senadores, ao final dos quatros anos, mais de dois bilhões de reais seriam economizados. Qualquer que fosse a destinação a essa quantia, seria melhor do que no bolso dos espertos parlamentares.
Receber quota aérea para quem mora em Brasília só se fosse para pagar táxi aéreo. Pagar moradia para quem já mora em Brasília, só pode ser por vigarice, não tem outra denominação. A taxa de Correios teria que diminuir ao menos 90%, devido ao uso do correio eletrônico. E os cargos de assessores parlamentares deveriam ficar adstritos aos funcionários concursados da Casa, com alguns, bem poucos, podendo ser escolhidos por meio da livre nomeação.
Os abusos são ainda maiores nas Assembléias Legislativas e nos milhares de Câmaras Municipais. O combate a esses abusos deveria vir, de forma incessante, dos órgãos de controle, especialmente pelos tribunais de contas e Ministério Público. E o cidadão não deveria se omitir de participar e cobrar lisura dos seus representantes. Mas, também, não se esquecer de praticar seus atos de respeito às normas legais e com ética social. Não só cobrar correção das autoridades públicas, mas agir de forma correta no dia a dia. Mas se há de reconhecer que os meios de que a população dispõe são insuficientes. Entretanto, uma carta, um email, um telefonema para a casa do respectivo representante, e até pequenas manifestações de caráter geral, mensagens em camisetas, baners, placas, enfim, a manifestação deve existir pelos meios de que a pessoa dispuser. Seja como for, a omissão deliberada é que deve ser deixada de lado.
Pelas atitudes corriqueiras dos agentes públicos, especialmente dos congressistas brasileiros, parece mesmo irreal abrir mão de quantia significativa como fez o deputado federal Antonio Reguffe. Dá a impressão de algo vindo de outro planeta. Como as criancinhas costumam afirmar, ele existe; e ele é de verdade.
Sua ação é de uma magnitude que precisa ser reconhecida e enaltecida por todos os brasileiros. Deve ser ampliada para todos congressistas, deputados estaduais e vereadores.


Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito
“TODO TEXTO MEU PODE SER PUBLICADO GRATUITAMENTE”

sexta-feira, 11 de março de 2011

Voe alto para enxergar mais longe.


Voe alto para enxergar mais longe.


Autor: Nelson Tanuma

Independentemente dos contratempos e obstáculos que surgem em nossas vidas, precisamos continuar seguindo sempre em frente, pois viver é seguir caminhando sem desanimar.
A vida de cada humano é cheia de altos de baixos, tristezas e alegrias, e acontecimentos que constantemente mexem com nosso humor e testam nossa capacidade de autocontrole, e, quando as coisas aparentam estar complicadas demais, é muito fácil perdermos o controle emocional e passarmos a pensar e falar negativamente, ou seja, fica fácil ver apenas o lado negativo da vida. Acabamos por lamentar pelo nosso destino e nos rendemos a decepção e somos dominados pelo pessimismo, e assim, tendemos a ficar estressados, depressivos e ansiosos em relação ao futuro.
Saiba que esses momentos de desânimo, são ocasiões apropriadas para reavaliarmos o que estamos fazendo com as nossas vidas, e prestarmos atenção em que estamos mantendo nosso foco. A melhor arma contra o desânimo e o estresse e nossa capacidade de escolher os nossos pensamentos. Nós, seremos humanos fomos dotados de algo poderoso conhecido como: livre arbítrio, que e a capacidade que temos de escolher nossos pensamentos, palavras e ações, cabendo ressaltar, que essa faculdade é atributo exclusivo de nós seres humanos, o que explica porque a sociedade e as pessoas conseguiram evoluir, apesar dos problemas de diversas natureza persistirem nas relações humana interpessoais e na sociedade contemporânea.
Olhar do ponto mais alto, significa ter autonhecimento, conhecer nossas forças e fraquezas, ter meta definida, sendo capaz de visualizá-la, e senti-la prestes a ser concretizada, ainda que estejamos distantes dela. Lembre-se que conhecer sua meta e o resultado que obterá ao alcançá-la, é essencial que voce adquira motivação para realizar o próximo movimento físico capaz de conduzi-lo na direção certa.
Grande parte das pessoas sonham em ser milionários, ou seja, ganhar muito dinheiro, mas, para que você consiga tornar-se um milionário, ou seja, ter uma patrimônio superior a um milhão de reais, é preciso que você queira esse dinheiro a ponto de considera-lo vital para sua vida e felicidade. A pergunta a ser feita a si próprio e a seguinte: Eu preciso mesmo desse dinheiro? Isso e vital para mim? Caso a resposta seja SIM, e preciso traçar a meta, planejar e entrar em ação para que consiga alcançar sua meta.
Pense, sobre o que significa ter sucesso para você, nesse exato momento, e que tipo de ação levaria você a alcançar esse sucesso. É muito fácil achar que as regras do jogo da vida não deveriam mudar nunca, mas as circunstancias e as exigências da vida mudam constantemente. Saiba que o sucesso no jogo da vida esta diretamente relacionado com a rapidez com que se aceita e se começa um novo jogo, do que a habilidade em jogar com maestria o velho jogo. Nunca se esqueca, porém, que suas metas devem estar alinhadas com os valores éticos e morais que lhes são mais caros, pois se não for assim, seu subconsciente boicotará seus pensamentos não permitindo que você alcance seus propósitos.
Os acontecimentos da vida não são bons nem ruins. O mundo e do jeito que é. O que realmente faz da diferença é a forma como interpretamos os acontecimentos de nossas vidas e o aprendizado que tiramos, especialmente, dos acontecimentos negativos. O seu envolvimento para com a sua vida e o comprometimento em relação aos resultados a serem alcançados é o que, de fato, fará a diferença.
Ao invés de ficar preocupado, o que é um grande desperdício de energia e de tempo, faça um trabalho de constante de reflexão na busca de auto-conhecimento. O pensamento que analisa os acontecimentos e contingências das vida de forma profunda, tem o condão de conduzir ao amadurecimento de nossas percepções, e não obstante acabe consumindo parte de nossa energia, no contexto geral, é bastante produtivo.
A águia voa alto e enxerga longe, portanto reflexione bastante em busca de autoconhecimento e tenha sonhos grandiosos, voe alto, tenha disciplina no planejamento, e corajoso ao entrar em ação na busca da sua meta. Tenha fé no seu próprio potencial, acredite em você, e saiba que agindo assim, você alcancará, infalivelmente, tudo aquilo que almeja!

(Nelson Tanuma que é professor, escritor e palestrante: especialista em Desenvolvimento do Potencial Humano, pós-graduado pela PUC, há mais de 10 anos vem ministrando cursos e palestras pelo CIESP/FIESP, SEBRAE-SP, Fundação Bradesco, UMC, Universidade Corporativa ACMC e organizações diversas, e tem artigos publicados periodicamente em jornais, revistas, portais, sites informativos e blogs de várias cidades do Brasil).



sábado, 5 de março de 2011

A força do povo egípcio

A força do povo egípcio

Em 25 de janeiro de 2011 o noticiário brasileiro começou a mostrar as reuniões na praça Tahrir do Cairo que desencadearam na queda do presidente do Egito Hosni Mubarak depois de trinta anos no poder.
Esse tipo de manifestações reivindicatórias começa tímido, mas pode atingir magnitude de derrubar governos. Começam por movimentos menores para convencimento ao povo da necessidade de mudança. Sobre essas iniciativas não houve noticiário nem antes nem depois de iniciada a grande Intifada.
Na tentativa de perpetuar-se no poder, o governo cortou a internet, colocou tanques nas ruas, bateu em jornalistas estrangeiros e nos lcoais supostamente contrários; massacrou os manifestantes contrários, colocou as pessoas para brigarem entre si, os chamados favoráveis e os contra. Nada lhe salvou o mandato, pela simples razão levada ao pé da letra, de que mandato é sempre exercido por delegação do povo, que derrubou este governo e derrubará a todos, quando os titulares não contarem mais com a sua confiança.
A solidariedade crescia de forma proporcional ao crescimento da repressão policial. Essa persistência forçou países aliados tradicionais a mudarem de lado. Antes, os Estados Unidos nunca disseram um “a” contra o regime de governo do Egito. Estes países ficaram neutros, mas não resistiram a força da população, ainda que de forma muito cautelosa.
Na História da humanidade, em todos os movimentos sociais reivindicatórios pessoas sempre foram e são assassinadas. No Egito, a Organização das Nações Unidas – ONU estimou numas 300 pessoas mortas, número que nunca se chega à exatidão. Por qualquer ótica é um número muito alto mesmo. Nenhum número de assassinato deve ser considerado normal. Mas no Egito morreram trezentas pessoas por uma causa definida, enquanto por aqui, numa semana, morre mais gente apenas pelos assaltos.
Como uma bola de neve, as manifestações dos egípcios irradiaram-se por vários países árabes. Para conseguirem também derrubar os respectivos governos, todos os outros povos devem ter a mesma força dos egípcios e não se intimidarem com as repressões policiais violentas. Elas vão existir, os árabes vão resistir e os governos vão cair um a um. E a onda precisa se estender para todo o mundo, e governos da Venezuela, Bolívia e até o de Cuba, que coloquem as barbas de molho.
Para estes protestos a ONU precisa definir um limite de danos inevitáveis, assim como definiu em até doze assassinatos-ano por cem mil habitantes como aceitável ou tolerável para as grandes cidades. Não se sabe os critérios utilizados, mas a ONU precisa acabar com esse índice, já que assassinato não deve ter nenhum índice aceitável, seja qual for. Que se utilize a expressão inevitável. E aí que se defina também um índice para os danos inevitáveis em manifestações de protesto.
Não se pode é apregoar que o povo lute, mas que não cause prejuízo a terceiros, que não se risque um patrimônio público, que não se insurjam contra autoridades, pois se não tiver nada disso, pode ser tudo, menos protesto. Sem nenhuma dessas ações, ainda que o Brasil inteiro vá às ruas, o resultado obtido seria zero. É algo difícil de ser defendido. Mas deve haver uma associação entre protesto e algum acontecimento inevitável.
Do contrário, que a mídia coloque nos governos a responsabilidade de manterem seus serviços e ações satisfatórias como meio de desmoralizar qualquer protesto. Caso contrário, que parem de dizer que pode haver protesto sem nenhum dano. Não se faz uma omelete sem quebrar ovos. Que a luta dos egípcios sirva de lição a tão acomodada população brasileira. E que os ventos de manifestações decisivas no Oriente Médio cheguem logo à América Latina e mostre a certeza de que os governos podem até controlar a mídia e a internet, mas seguram o povo.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito