Faz parte da cultura política nacional a preocupação de cada governo deixar sua gestão com uma marca registrada. Inicia-se com medidas nada significativas. A maioria modifica as cores de órgãos e carros públicos. Outros criam slogan e símbolos próprios. Geram gastos por coisas sem nenhuma relevância para a sociedade. Mas todos tentam marcar mesmo a gestão com grandiosos projetos sociais ou obras. Tudo isso vem acompanhado de forte marketing para a fixação no imaginário popular.
Na atual gestão da capital de São Paulo circulam campanhas publicitárias na televisão sobre uma série de ações do que nunca existiu na história da cidade e que agora existe. Dentre essas exclusividades, o programa Mães Paulistanas aponta a quantidade de consultas pré-natais realizadas, bem como a doação de um enxoval às mães carentes. Trata-se de mais um incentivo explícito às jovens que engravidam sem planejamento. Além disso, a propaganda da doação não vem acompanhada de um alerta sobre a necessidade de se adquirir condições materiais para cuidar do bebê. A doação de um enxoval se configura superficial por trazer um benefício apenas no momento do parto. Não leva em conta que, depois, existe toda uma vida a ser cuidada, com consequências sociais.
Toda medida que tratar da constituição de família deveria vir sempre acompanhada de cobrança de responsabilidade. Nunca se coloca claramente que, para se ter filho, antes, deve haver planejamento, aquisição das condições financeiras mínimas para alimentação, saúde e educação, além da preparação psicológica dos pais.
Deveria fornecer gratuitamente preservativos em toda a rede municipal. Também seria viável esclarecer as exigências e o procedimento para a realização de laqueadura de trompas e vasectomia e quais hospitais públicos realizariam essas cirurgias. Além disso, deveria manter parcerias com clubes e com toda entidade representativa da juventude para o repasse de informações constantes sobre os métodos de contracepção.
Ter filho praticamente é um desejo intrínseco de quase todos. Mas seria hipocrisia falar de muitos filhos sem associação à classe social. As maiores famílias estão predominante em bairros pobres e em favelas. Não raro a televisão mostra casais ou mães nas ruas com cinco, oito, dez filhos, depois da retomada de terrenos invadidos ou após grandes incêndios. Porém, o mais estarrecedor é o número de gravidezes precoces entre jovens de 10, isso mesmo, dez, e 19 anos chegar aos milhares anualmente.
Uma jovem grávida não é um problema por si só. Passa a ser quando esse número chega aos milhares de gravidezes indesejadas e sem nenhum planejamento. Há uma cultura disseminada de encarar uma gestação como se fosse uma coisa de menor importância, de foro íntimo, meramente subjetivo. Não é. Dela resulta uma vida que requer condições financeiras para ser cuidada com dignidade e conforto. E aí está a gravidade de anunciar doação aleatória de enxovais sem nenhuma contrapartida. A pretexto de beneficiar um segmento, a prefeitura de São Paulo faz um mal a toda sociedade; mal reiterado pela omissão permanente de todos os prefeitos, governos estaduais e federal.
Na atual gestão da capital de São Paulo circulam campanhas publicitárias na televisão sobre uma série de ações do que nunca existiu na história da cidade e que agora existe. Dentre essas exclusividades, o programa Mães Paulistanas aponta a quantidade de consultas pré-natais realizadas, bem como a doação de um enxoval às mães carentes. Trata-se de mais um incentivo explícito às jovens que engravidam sem planejamento. Além disso, a propaganda da doação não vem acompanhada de um alerta sobre a necessidade de se adquirir condições materiais para cuidar do bebê. A doação de um enxoval se configura superficial por trazer um benefício apenas no momento do parto. Não leva em conta que, depois, existe toda uma vida a ser cuidada, com consequências sociais.
Toda medida que tratar da constituição de família deveria vir sempre acompanhada de cobrança de responsabilidade. Nunca se coloca claramente que, para se ter filho, antes, deve haver planejamento, aquisição das condições financeiras mínimas para alimentação, saúde e educação, além da preparação psicológica dos pais.
Deveria fornecer gratuitamente preservativos em toda a rede municipal. Também seria viável esclarecer as exigências e o procedimento para a realização de laqueadura de trompas e vasectomia e quais hospitais públicos realizariam essas cirurgias. Além disso, deveria manter parcerias com clubes e com toda entidade representativa da juventude para o repasse de informações constantes sobre os métodos de contracepção.
Ter filho praticamente é um desejo intrínseco de quase todos. Mas seria hipocrisia falar de muitos filhos sem associação à classe social. As maiores famílias estão predominante em bairros pobres e em favelas. Não raro a televisão mostra casais ou mães nas ruas com cinco, oito, dez filhos, depois da retomada de terrenos invadidos ou após grandes incêndios. Porém, o mais estarrecedor é o número de gravidezes precoces entre jovens de 10, isso mesmo, dez, e 19 anos chegar aos milhares anualmente.
Uma jovem grávida não é um problema por si só. Passa a ser quando esse número chega aos milhares de gravidezes indesejadas e sem nenhum planejamento. Há uma cultura disseminada de encarar uma gestação como se fosse uma coisa de menor importância, de foro íntimo, meramente subjetivo. Não é. Dela resulta uma vida que requer condições financeiras para ser cuidada com dignidade e conforto. E aí está a gravidade de anunciar doação aleatória de enxovais sem nenhuma contrapartida. A pretexto de beneficiar um segmento, a prefeitura de São Paulo faz um mal a toda sociedade; mal reiterado pela omissão permanente de todos os prefeitos, governos estaduais e federal.
Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bacharel em direito
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