quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A trajetória do herói.


A trajetória do herói.

Autor: Nelson Tanuma


Onde quer que nos encontremos, seja numa grande metrópole ou morando numa caverna no meio de uma selva inóspita, viver é passar pelos mesmos estágios, da infância à maturidade sexual, a transformação da dependência para a responsabilidade, o namoro e o casamento, a velhice com a perda gradual da capacidade física, até a morte, estes foram os desígnios de nossos antepassados e certamente serão os nossos. Na infância, nos identificamos com determinados super-heróis fictícios pelos quais nutrimos simpatia e criamos afinidade por algum motivo particular, e tendemos a sair pela vida procurando alguém que possa encarnar esses nossos heróis, porém, corriqueiramente nos deparamos com verdadeiros heróis encarnados que muitas vezes passam despercebidos, embora sejam elas as pessoas que fazem a diferença em nossas vidas. Sempre que pergunto às pessoas, quem seriam aquelas que fizeram verdadeiramente diferença na vida delas, invariavelmente obtenho como resposta o nome da mãe, pai, avô, avó, irmão, irmã ou alguma pessoa próxima e querida, que tiveram interação afetiva e positiva na vida delas, especialmente na infância. Raras vezes ouço o nome de algum ídolo que seja: cantor, ator, esportista, político, cientista ou de qualquer pessoa famosa. A bem da verdade, os verdadeiros heróis são as pessoas, de carne e osso que cuidam de nós e que se preocupam conosco, as quais estiveram presentes em nossas vidas nos bons e maus momentos. São os verdadeiros amigos, sejam eles consangüíneos ou não, são aqueles que catalizaram os pontos altos de nossas vidas. São pessoas, normais, que por méritos próprios tornam-se nossos referenciais de virtude, gracas ao seu bom caráter e valores éticos e morais evidentes. Eu tenho como heroína a figura da minha mãe, a senhora Ko Tanuma, que conta hoje com noventa e um anos de idade, que é meu exemplo de vida. Ela que tem estatura que não chega a um metro e meio, e peso inferior a 50 quilos, superou a dor da saudade pela distância de todos os seus familiares, quando abandonou a vida modesta e humilde, porém tranqüila, que tinha na cidade de Kiryu-shi, província de Gumma-Ken no Japão, e, aos vinte um ano de idade veio para o Brasil, na condição de imigrante, para casar-se com meu pai aqui no Brasil. Ela superou a dificuldade adaptação com a cultura brasileira que lhe era muito estranha, passando a viver, o restante de sua vida, bem longe do seio da sua família. Ela criou e educou oito filhos, trabalhando duro, sol-a-sol na lavoura, e durante mais de dez anos de sua vida trabalhou como vendedora ambulante, carregando uma sacola em cada mão, indo de porta em porta para vender ovos e verduras superando inclusive a dificuldade de comunicação já que não conhecia bem a língua portuguesa. Viveu durante grande parte da sua vida em casa de madeira, sem piso, sem energia elétrica, sem água encanada, onde no lugar da privada havia um buraco coberto de madeira onde todos nós fazíamos nossas necessidades fisiológicas. Foi agricultora, feirante, costureira, e frequentou e concluiu o ensino fundamental com quase 70 anos de idade, tendo recebido diploma recolhecido pelo Ministério de Educacão e Cultura - MEC. Ela nunca deixou se abater pelas vicissitudes da vida apesar das enormes dificuldades financeiras. Ela me educou com amor e carinho e sempre me incentivou a estudar, embora a vida não lhe tenha oferecido muitas oportunidades para ela própria estudar. Hoje em dia ela ainda zela por um de um de seus netos chamado Renê, que conta com 29 anos de idade,o qual sofreu paralisia cerebral por complicação no parto, e em virtude disso teve como seqüelas, a paraplegia e o retardamento mental. Minha mãe e realmente um ser humano fantástico, a quem eu presto minhas homenagens e a quem eu reverenciarei como minha eterna heroína. O valor do ser humano não pode ser medido pelos seus atributos físicos ou pelos bens materiais acumulados, o dinheiro por si só não faz o herói, mas o bom caráter, a responsabilidade, o exemplo, a capacidade de superação e de fazer a coisa certa, a capacidade seguir, ouvindo a voz interior, respeitando os próprios valores mais nobres. É a capacidade de continuar lutando quando é mais fácil ceder e entregar os pontos, ou seja, a capacidade de fazer as escolhas certas é que faz o herói. Os ídolos são voláteis e estão relacionados aos modismos midiáticos, mas os heróis de verdade tem o condão de deixar para nós um legado eterno na forma de ensinamentos e exemplos de vida. Os heróis, com toda sua sabedoria, sensibilidade e coerencia, são possuidores de um profundo sentimento de estar no caminho certo, mesmo enfrentando as dificuldades da inexperiência, da incerteza em relação ao futuro, das barreiras e dificuldades da vida cotidiana, elas seguem o chamado da voz interior que os impelem a avançar em busca daquilo em que acreditam, correm atrás dos seus sonhos e estão dispostas a pagar o preco das escolhas; e seguindo esse chamado, observa-se que as portas vão se abrindo, não se sabe como, de onde nem portas existiam. E assim, o poder do propósito passa a prevalecer na vida desses heróis. Tudo envolve um mergulho no âmago do seu próprio, e o faz obter autoconhecimento, como consequência de profundas reflexões.
Falando de heróis: conforme escreveu o dramaturgo William Shapeskeare: “O herói é aquele que fez a escolha pela coisa certa, quando a coisa certa é a única coisa que deveria ser feita”.
Presto minhas homenagens, a todos os pais e mães heróis, que estendo a todos os heróis anonimos que não são dotados de superpoderes, são pessoas comuns, que apesar de suas limitacões humanas, são capazes de fazer a diferenca na vida de alguém, e que, com seus amores incondicionais, sabedoria e comprometimento em prol do bem comum e de nossas futuras gerações, têm sido capazes de tornar a vida das pessoas ao seu redor um pouco melhores, sendo capazes de fazer uma crianca sorrir, e que deixam como legado, a esperança na possibilidade de se fazer do planeta terra um lugar melhor e mais justo para se viver. (Nelson Tanuma que é especialista pós-graduado em Desenvolvimento do Potencial Humano pela PUC, há mais de 10 anos vem ministrando cursos e palestras pelo CIESP/FIESP, SEBRAE-SP, Fundação Bradesco, UMC, Universidade Corporativa ACMC e organizações diversas, e tem artigos publicados periodicamente em 15 veiculos de comunicacão, sendo eles: jornais, revistas, portais e sites informativos, de várias cidades do Brasil)


OBS: Nelson Tanuma, autoriza a publicação deste artigo, desde que seja na íntegra, figure o nome do autor e o site fonte:


segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Deputados mais caros do mundo

Deputados mais caros do mundo

Tai um assunto que poderia ser classificado como mais novela brasileira, de final feliz apenas para os atores e de uma tristeza profunda para seus telespectadores. Os congressistas brasileiros são os mais caros do mundo. Muitos, de graça, já seriam muito caros. Na iniciativa privada, qualquer remuneração salarial tem contraponto no resultado trazido pelos assalariados. Do trabalho do Congresso Nacional, a qualidade da educação, do atendimento na saúde e na área de segurança, principais atribuições ou serviços da Administração Pública, trazem sofrimento e geram angústia em todos. Só para relembrar, num recente índice do Programa Internacional de Avaliação de Alunos- PISA o Brasil obteve a 54ª posição dentre 63 países pesquisados. Só 9 países apresentaram índice de aprendizado inferior. Na saúde, a jovem Stephanie Teixeira tomou vaselina em lugar de soro no hospital particular São Luiz Gonzaga, localizado na Zona Norte da mais desenvolvida cidade do país. Na Zona Sul da mesma cidade, o garoto Luiz Otávio foi internado no hospital público municipal M’boi Mirin para operar de fimose e saiu com três diferentes cirurgias, menos a de fimose. Retiraram até as amígdalas. E sobre a segurança pública, os assaltos a joalherias, a bancos e a carros-fortes dispensam comentários sobre violência em setores menos protegidos. Esses são parcos exemplos de acontecimentos extremos de uma vastidão e até rotina de outros tão graves, mas que não chegam ao conhecimento público. Essas funções essenciais parecem nem ser de responsabilidade dos congressistas. Pudera; seus filhos e familiares passam ao largo das escolas públicas, onde deveriam ser obrigados a estudar, mesmo como simbologia; não conhecem hospitais públicos, a não ser os de referência, e andam em carros blindados e cercados por seguranças. Com serviços dessa magnitude, esse Estado é o mesmo que paga mais aos seus representantes do que Estados Unidos, Japão, Inglaterra e todos os demais. Por cima, com seus gracejos habituais, o presidente Lula, ao invés de condenar, enaltece. Ninguém incorpora tão bem a fase de Joãozinho Trinta mais do que Lula, de que pobre gosta de luxo; quem gosta de miséria é intelectual. Especificamente nas Casas, episódios graves foram constantes. Venda irregular da quota de passagens aéreas, fraudes na verba indenizatória, atos secretos para nomear parentes e afilhados políticos, além das recentes emendas para entidades-fantasma. Quanto à cobertura da imprensa, tem-se que aguardar o programa humorístico CQC, Custe o Que Custar, da TV Bandeirantes, botar os parlamentares para correr. Poucos veículos de mídia ou de comunicação buscou resposta deles para esse auto-presente de fim de ano, que beira o escárnio junto à opinião pública. Nem se fale da passividade de todos nós. Também não se tem uma noção exata do que fazer, embora seja relevante repudiar de alguma forma. Passar e-mail e telegramas, encaminhar cartas e efetuar telefonemas, mesmo que não passem dos auxiliares de limpeza dos gabinetes. E os famosos órgãos representantes do povo parecem não existir nessa hora. Ninguém conhece a posição da Ordem dos Advogados do Brasil-OAB, da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, da União Nacional dos Estudantes-UNE, das federações da indústria e de comércio, e de tantas outras. Precisa-se dar um basta nessa inversa correlação de quanto mais pobre o país mais regalias e mordomias têm seus políticos. A qualquer custo, diga-se. Um dia nós acordaremos e colocaremos rédea nesses congressistas a fim de convencê-los a atuarem como representantes do povo. Bastante desqualificados, mas somente empregados. Enquanto a sociedade brasileira continua inerte, o Brasil continuará campeão do mundo apenas naquilo que vai para o ralo. E com os congressistas mais caros do mundo.


Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito
ACREDITE:
"NÃO HÁ DEMOCRACIA ONDE O VOTO É OBRIGATÓRIO"

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

GERENCIE SUA MENTE E VIVA MELHOR

GERENCIE SUA MENTE E VIVA MELHOR

Autor: Nelson Tanuma
Se ao longo da sua vida você teve por hábito acumular tarefas inacabadas, juntar papelada inútil em suas gavetas, atulhar sua mesa de trabalho, com projetos que foram abandonados e guarda magoas por problemas de relacionamento interpessoal mal resolvidos, eu diria que você tem sérios problemas relacionados ao acúmulo de lixo mental. Saiba que os compromissos não concluídos consomem nossa energia mental, a qual poderia ser usada de forma útil e produtiva através da administração correta mente, começando pela faxina mental. Ao ignorarmos o acúmulo de pequenas pendências acabamos por ter que lidar constantemente com muitos pequenos incêndios que geram crises constantes, que nos sobrecarregam de tarefas a realizar, e que nos transformam em ansiosos crônicos, com preocupação orientada para as incertezas futuras. Posso dizer que eu também ainda não consegui me livrar totalmente desse mal, já que estamos no final de novembro de 2010, e percebo que acumulei bastante sujeira em minha mente; sendo assim, é chegada a hora de eu por mãos-a-obra e limpar a minha mente, finalizando, imediatamente, as tarefas pendentes mais urgentes e importantes. Todo final de ano, costumamos prometer para nós mesmos, que no próximo ano tudo será diferente, que entraremos na academia para modelar nosso corpo, que nossa alimentação será mais saudável, que seremos capazes de manter nosso controle emocional diante de clientes desagradáveis, colegas chatos, subordinados reativos e sem comprometimento, além dos chefes autoritários e prepotentes, entretanto, entra ano, sai ano, e as coisas continuam quase do mesmo jeito, percebemos que pouca coisa mudou, e o pior de tudo, é que quando não conseguimos cumprir os acordos que firmamos com nós mesmos, o estresse aparece. A tudo que resistimos persiste. É importante que tenhamos uma idéia clara acerca de quais sejam as nossas prioridades. O momento é agora! Sejamos, pois, generosos para com o futuro dando o melhor de nos no momento presente, e tudo ficará cada vez mais fácil e melhor em nossas vidas. Aos invés de nos preocuparmos apenas em administrar o tempo, é melhor que comecemos a gerenciar nossa mente, e ocupar nosso precioso tempo nos policiando em relação aos nossos pensamentos, palavras e ações. As pessoas ficam esgotadas pelos seguintes motivos: - desperdício de energia, pela falta de iniciativa em fazer as coisas acontecerem através de comportamento proativo; - pelo excesso de tarefas inconcluidas; - falta de organização de lembretes de assuntos pendentes; - por deixarem de fazer um inventario completo em relação à hierarquia de relevância de seus objetivos e compromissos. Ao me perguntar: Qual a relevância do meu trabalho para os mim e para as pessoas que me são importantes, e também para a sociedade? O que mais importa para mim? Porque eu estou neste planeta? Qual meu propósito de vida? Eu começaria respondendo que a produtividade em meu trabalho é algo importante na medida em que consigo produzir mais com menos esforço, para assim, tornar-me um elemento útil para a sociedade. Já, a motivação para o trabalho tende a aumentar, na medida em que aquilo que fazemos esteja alinhado com nossos valores e objetivos de vida. Tudo tende a melhorar na medida em que gostamos do que fazemos. Parece-nos que a “vida de verdade”, esta sempre prestes a começar, e os obstáculos que aparecem a todo instante, cria em nós a ilusão de que as coisas ainda não aconteceram, que a nossa hora ainda não chegou, porque teria algo importante ainda por acontecer, por haverem tarefas que ainda não foram finalizadas, ou até por existirem dividas que não foram pagas. Para que consigamos ter uma visão mais límpida em relação ao nosso desenvolvimento profissional e crescimento como ser humano, precisamos comecar limpando nosso quarto de bagunças, local onde quardamos as coisas que um dia fizeram parte de nossas vidas e de nossos familiares, já que as bagunça no nosso espaço físico tem reflexos em nosso mundo mental. Precisamos criar estratégias de desenvolvimento, pois, de nada adianta você ter um planejamento estratégico de vida e trabalho magnificos, se você não consegue sequer, limpar a edícula da sua casa ou o depósito da sua empresa. A administração saudável de sua mente abrirá espaço para a criatividade que é o fator primordial para a quebra de paradigmas paralisantes. Devemos usar nossa inteligência emocional para conseguirmos manter relações humanas harmoniosas e salutares, para termos mais tempo livre com nossa família e amigos, enfim, para podermos ter melhor qualidade de vida, com menos ansiedade e estresse.
(Nelson Tanuma que é palestrante, professor e escritor, há mais de 10 anos vem ministrando cursos e palestras pelo CIESP/FIESP, Fundação Bradesco, SEBRAE-SP, Universidade de Mogi das Cruzes, Universidade Corporativa da ACMC e organizações diversas, seus artigos são publicados periodicamente em 15 veículos de comunicacão: jornais, revistas, periódicos, portais e sites diversos)
Obs: Nelson Tanuma autoriza a publicação deste artigo, desde que seja na íntegra, figure o nome do autor e o site fonte:

Dilma Rousseff começa mal

Dilma Rousseff começa mal

Mas ainda está zunindo nos ouvidos de todos os brasileiros e as brasileiras as promessas de investimentos de dois milhões de moradias e seis mil creches feitas repetidas vezes pela candidata, com ênfase avermelhada num misto de ódio de quem duvidasse e de certeza aos que nela confiassem. Nem tomou posse e já está falando em cortes de todo lado. Seus auxiliares não citam se a construção dos dois milhões de casas e as seis mil creches será afetada e se, em caso afirmativo, quando começarem haverá aceleração de fato para compensar o tempo perdido. Definitivamente, promessa de candidato é a segunda maior mentira do mundo, depois das juras de amor eterno nos casamentos religiosos. Mas não são as mentiras de candidatura de Dilma Rousseff que são os motivos principais de seu mau começo. A escolha de Antonio Palocci como ministro da Casa Civil trará à memória do brasileiro a imagem do humilde caseiro Francenildo Costa sendo exortado e humilhado porque vira o ilustre futuro presidente da República em reuniões importantíssimas e secretas com suas auxiliares numa mansão de Brasília. Dessa manifestação surgiu a violação do seu sigilo bancário e aí está o xis da questão. Pode ser que ele se desagrade com toda sociedade ou com determinados segmentos, como no exercício de função pública, e todos os sigilos bancários e fiscais vão parar no Wikileaks. Pior do que a escolha de Palocci foi a manutenção de Fernando Haddad como ministro da educação, depois de sucessivos e diversificados problemas com a realização da prova do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM. Nos últimos anos não houve a realização de uma sem problema, de forma regular. Tradição não falta; tanto de violação de sigilos quanto de malfeitorias da Casa Civil. E a dúvida maior é se desta vez ele precisará alugar mansões para suas festinhas fantasiosas. E ninguém da imprensa nem sequer se lembrou de mencionar esses riscos, tanto pelo passado do ministro e, também, pelos desastrados ex-ministros da Casa Civil. José Dirceu teve o mandato cassado por conta daquele dinheirinho de caixa dois distribuído entre os pares, e a senhora Erenice Guerra defenestrada por fazer da Casa Civil a casa de negócio da sua família. Agrava o mal começo a discussão da recriação da Comissão Provisória sobre Movimentação Financeira, a famosa CPMF, que foi criada para melhorar a sistema de saúde pública, vigorou por mais de uma década e a resposta de sua eficácia é dada todo dia pelos programas policiais de televisão. Homem que vai fazer exame para auxiliar a ter filhos e sai operado de vasectomia; criança que entra para operar fimose e sai com três delicadas cirurgias; menina que toma vaselina em lugar de soro. São os exemplos mais destacados de uma cadeia nacional de atendimento desse nível, que nunca foi diferente com ou sem CPMF. Alguns aspectos precisam ser lembrados à senhora Dilma Roussef. O atual presidente tem aprovação nas nuvens. Ela se tornou presidenta como resultado de uma invenção dele. Por conta própria talvez se elegesse deputada federal. Lula, com o pronunciamento sobre a redução nas obras do PAC, já demonstrou que começou sua campanha para 2014. E o mesmo filho PAC, que fez Dilma Rousseff presidente, retirará dela o mater poder e a Presidência da República. Nem precisa falar no Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB, principal aliado, para se concluir que, com essas medidas, não poderia haver pior começo, mesmo antes de tomar posse.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP Bel. Direito

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Novela de Todo Verão

Novela de Todo Verão

Alguém vai precisar dar um pontapé inicial para que haja mudança na postura das autoridades com vistas a solucionar alguns problemas e também para mudar os argumentos requentados e inconsistentes.Esses argumentos em nada se diferenciam de roteiro de novela. Não existe uma novela que não tenha dois irmãos apaixonados, por um desconhecer quem é o pai. Não pode faltar uma cunhada caidinha pelo marido da irmã ou pelo seu padrasto ou vice-versa; uma série de traições entre casais e alguns triângulos amorosos, além de alguém sempre flagrado falando mal de outro. Essas situações cativam os telespectadores, que vibram com as surras homéricas dadas por franzinos traiçoeiros em gigantes traidores. É forçado em demasia que o bem se prevalece até no físico. Todos esses enredos novelas após novelas conseguem mantê-las em evidência permanente, com altíssimos índices de audiência, e até as tornam um dos principais produtos de exportação do Brasil, com enorme aceitação em vários países do mundo.Na Novela Nossa de Todo Verão o enredo também é repetitivo, com muitas semelhanças e algumas divergências essenciais. Começa pela Natureza que, teimosa, é repetitiva em mandar chuva em determinadas épocas para as regiões aclimatizadas para chover. Com qualquer chuva, surgem quilômetros de congestionamento nas grandes cidades. Com chuvas mais intensas, bairros inteiros ficam inundados, produzindo as cenas rotineiras de pessoas e fezes misturadas. Quando vêm os temporais, o primeiro problema surge com os institutos de previsão ao anunciarem que choveu, num dia ou em horas, trezentos por cento do previsto para todo o mês ou para período de chuvas. Falam com uma naturalidade assombrosa. Não dizem que ou as chuvas são imprevisíveis ou os institutos podem preveem tudo, menos chuva.Algumas diferenças entre as novelas. Primeiro de roteiro. Na nossa, os personagens são sempre as vítimas; nas de televisão, os autores e diretores aprecem quando elas estão no auge; na Novela Nossa de Todo Verão, não existe autor nem responsável pela direção. Na nossa, as personagens são verdadeiras. No fim é que tudo difere. A partir da suposição deste texto. A novela real é a fictícia, a de televisão, e traz sempre um resultado fictício. Aqui, a fictícia é a real, e traz também o resultado mais real do mundo. Na televisiva, o bem sempre prevalece; na real, na Nossa de Todo Verão, o mal sempre prevalece no fim. O autor da novela fictícia assume que é responsável pelo seu final; na nossa, não existem responsáveis, e o final é conhecido com antecedência. Os telespectadores de ambas são reais. Só que os da fictícia vão das favelas aos bairros nobres como Leblon, no Rio de Janeiro, Morumbi e Alphaville, em São Paulo. Na real, o público alcançado é sempre da periferia. Pode ser apenas coincidência. A diferença essencial é que o público participa intensamente da novela fictícia, mas fica anestesiado em relação à novela real. Existe muito choro em ambas. Na fictícia, resulta do imaginário; na real, o choro vem pela perda de fato. Mas a principal diferença é que, de fato, a novela fictícia chega ao fim; já a novela real é eterna. E a maior diferença entre as novelas, é que nas de televisão, as pessoas desaparecem do telespectador apenas no imaginário; na nossa, as mães nunca mais verão seus filhos, ou estes nunca mais terão suas mães. Os corpos dos garotos Igor Menderson da Silva e Hebert da Silva, do bairro de Americanópolis, São Paulo, prenunciam que a Novela Nossa de Todo Verão só tem recomeço. E já começou.

Pedro Cardoso da Costa
Interlagos/SP
Bel. Direito

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Operação Espanta Bandido

Operação Espanta Bandido

De início uma constatação: como está a bandidagem no Rio de Janeiro, só é possível realizar uma Copa do Mundo de futebol e uma Olimpíada se os bandidos consentirem. É fato.Já as autoridades repetem a cantilena de empáfia ao afirmar de que agora vai! Quantas vezes e por quantos governadores essa frase já foi repetida e ninguém reproduz, nem na mídia. E a guerra está decretada, com algumas medidas diferenciadas nesse enfrentamento no Rio de Janeiro; embora com muitos erros e algumas ações de puro faz-de-conta.Começa pela citação de especialistas e de autoridades de que o morro da Vila Cruzeiro é um dos preferidos do tráfico, seu QG, para firmar suas atividades. Ora, se é o preferido, seria elementar que as Unidades de Polícia Pacificadora deveriam ter começado por lá. Se visam mesmo a pacificação, deve-se começar pelos locais mais complexos, até para facilitar as instalações em locais com menor complexidade. Já que a nossa imprensa com muita condescendência não pergunta, fica a pergunta ao secretário de Segurança e ao governador do Rio de Janeiro por que não começaram e nem sequer ainda tem a UPP naquele morro. Essa indagação teria por finalidade apontar erro de estratégia ou conivência também desse governo, já que está lá há 4 anos e, não fosse reeleito, teria deixado a insegurança pior do que estava quando assumiu.Mas é alentador que as autoridades colocaram as Forças Armadas nessa guerra. O argumento diversionista de que elas não são preparadas para ações urbanas foi colocado de lado. De fato, podem até não estar, mas não se pode saber se estariam para ações externas, já que estas simplesmente nunca existiram; nem sequer numa ameaça. Ainda que acertada, não é razoável só agora descobrirem que os “caveirões” da Marinha traspassam pregos que sempre impediram a subida da Polícia Militar. Em razão do rabecão da Marinha surgiu a imagem de uma nuvem de bandidos fortemente armados em disparada. Neste ponto a ingenuidade do cidadão comum leva à indagação por que não havia helicópteros blindados, com homens armados, em sentido inverso, para forçar a rendição. Ou...No dia seguinte, a imprensa noticiava que em dez minutos uma nova operação militar começaria na vazia Vila Cruzeiro. E, de novo, não se entende se as autoridades queriam mesmo enfrentar esse problema ou repetir mais uma encenação que já vem há décadas. Os bandidos teriam fugido para outras favelas do Morro do Alemão. De novo, a palavra volta ao secretário de Segurança e ao governador do Rio de Janeiro: por que iam para a Vila Cruzeiro e não para o Morro do Alemão? A crítica do secretário às imagens das Redes Globo e Record de Televisão responde a uma pessoa menos ingênua. A cobertura ufanista da imprensa nacional com a presença das Forças Armadas deveria vir acompanhada, ao menos, de citação às repetidas vezes que essas Forças já estiveram no Rio de Janeiro com a violência trazendo o resultado que se constata. Quanto ao “tudo” que o presidente da República prometeu de apoio, seria salutar ressaltar que esse tudo de agora não passou do nada nos oito anos deste governo, que só tem mais um mês de mandato. Aí caberia se questionar se tivesse sido feito um pouco a cada ano, se esse caos poderia ter sido evitado ou amenizado. O enaltecimento do apoio da população causa estranheza por vir do próprio Estado e da imprensa. É só fazer o que deve e como deve ser feito, que nunca faltará apoio. O apoio óbvio à bandidagem era única condição de sobrevivência, e não deveria causar surpresa a quem nunca se fez presente.Importa, agora, verificar como fazer para evitar o retorno e o crescimento do domínio da bandidagem. Não pode ter recuo. As Forças do Estado devem retirar as armas e passar a régua. Também devem vigiar seus quartéis de onde muitas armas vão parar nas mãos dos bandidos. Cabe alertar que a quantidade de motos roubadas apresentadas poderia ser conseguida em qualquer cidade que se faça um pente-fino na fiscalização da documentação delas. Especialmente nas pequenas cidades para onde são levadas e negociadas as motos roubadas nos grandes centros.Deve ter bandido carioca arrependido da ordem para queimar ônibus. Não tivesse feito essa asneira, estariam todos tranqüilos, mandando e desmando nas favelas da Vila Cruzeiro, do Complexo do Alemão, como estão noutros morros. Agora, falta só a Rocinha, outros morros, os condomínios de luxo e toda a cidade. E os outros estados deveriam seguir o exemplo.Mesmo que a intenção tenha sido fazer uma Operação Espanta Bandido, as imagens de fuga com milhares de fuzis exibidos e as circunstâncias levaram a uma Operação Efetiva que, por mais cômodo que seja, não há mais possibilidade de recuo do Estado.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Verdadeira cidadania

Verdadeira cidadania

Cidadania no sentido de apego ao país, de patriotismo, somente ocorre em período de Copa do Mundo de futebol. Bandeiras são colocadas nas janelas, nas seções de trabalho e nos carros; todo tipo de brinde é fornecido com as cores do Brasil; as pessoas cantam até o Hino Nacional inteiro, mesmo que por puro fingimento, já que a maioria não conhece uma frase. Outro momento em que esse exercício de cidadania ocorre é no período eleitoral. Não se trata de um sentimento nacionalista verdadeiro. A pieguice prevalece nesses dois momentos. Nas eleições, por interesse de candidatos com vistas a uma votação relevante, para evitar a discussão e mudança no atual sistema, especialmente evitar o voto facultativo. Pena que não seja assim, depois das eleições é que a verdadeira cidadania deveria ser exercida.No exercício dos cargos os candidatos eleitos acertam contas com seus doadores mais expressivos, seja de forma direta, quando só se descobre depois dos mensalões, ou indireta por meio de licitações, como a do Metrô agora no final de 2010, cujo resultado a Folha anunciara os vencedores há seis meses, com exatidão de cem por cento. Dilma Rousseff e José Serra protagonizaram uma das piores campanhas em trocas de acusações e promessas. Assim que tomam posse, os eleitos costumam repetir a frase de que imaginavam ser difícil, mas não tanto. E nesse momento seria a hora de aflorar a verdadeira cidadania e haver pressão à altura das promessas que ela fez. Mesmo que não servisse para tornar realidade o prometido, ao menos serviria para evitar promessas vazias e irrealizáveis apenas para obter votos.Para transformar essa pressão em resultados são outros quinhentos. Se o cidadão passa e-mail, manda carta ou telefona todos vão parar na lata do lixo de um assistente da secretária do chefe executivo de um gabinete qualquer. Se for ao gabinete, não passa da antessala do mesmo assistente, quando consegue adentrar o prédio. O meio mais eficiente seriam as manifestações públicas, mas a mídia trata de rechaçá-lo, sob a alegação de que não se pode prejudicar terceiro, ou são tachados de bagunceiros. Além desses, cada um deveria exprimir sua posição com camisetas, com faixas, cartazes; as mesmas utilizadas no período de Copa do Mundo para manifestação de apoio ou criticar a seleção de futebol. Somente no período de campanhas e eleições o eleitor é valorizado e o voto é enaltecido como ato supremo da cidadania. Trata-se de verdadeiro engodo aos menos esclarecidos. Primeiro, porque cidadania e voto obrigatório são antagônicos. E isso nem sequer é lembrado pelos principais interessados e pela mídia brasileira. Depois, porque o ato de votar, por si só, não ajuda em nada à democracia, pois a cidadania se exerce no dia a dia durante o exercício do mandato com apoio às ações que esteja de acordo, e principalmente se manifestando contrário às que desaprova, por todos os meios citados. Cada gestão deveria eleger um problema a resolver. No governo Dilma, bastaria extinguir o analfabetismo absoluto, o que a pessoa não sabe assinar o nome, para no próximo acabar o formal, que significa não saber ler nem escrever. Embora pareça, não é pouco. Há 40 anos fracassam um programa atrás do outro e a alta taxa de analfabetismo continua inabalada. As promessas feitas durante as campanhas deveriam ser reprisadas toda vez que o eleito colocasse uma desculpa pelo descumprimento. Isso talvez evitasse promessas vazias. Precisa ficar definitivamente arraigado na cabeça dos gestores públicos que a responsabilidade pelos subalternos é presumida. Cristalizar a ideia de que a presidenta tem a obrigação de abortar as Erenices da vida, mas se as parir, ela terá que saber ao menos quem é o pai. Caso a sociedade exerça essa força, aí se caracterizaria a verdadeira democracia que, definitivamente, está a anos luz de apertar um botão no dia da eleição.

Pedro Cardoso da Costa
Interlagos/SP Bel. Direito

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Apedrejamento até a morte

Apedrejamento até a morte

O sequestro de Ingrid Betancourt assemelha-se a condenação à morte da iraniana Sakineh Ashtiani em razão de envolver o risco de perder a vida. O da colombiana por questões políticas ou criminosas de um grupo guerrilheiro; o da iraniana, por violação a valores morais e a discriminação absurda e ao calvário imposto às mulheres naquele país. Ambos muito graves, mas o da colombiana já teve um final feliz. O mundo precisa mostrar sua força para conseguir um final semelhante para o atual.Sentenciados à morte aparecem em vários países do mundo, independente de sistema de governo. Condena-se à morte tanto nos democráticos Estados Unidos como na ditatorial China. Esta sentença de morte causou comoção apenas pela modalidade, uma vez que a iraniana foi condenada ao apedrejamento. O mundo inteiro precisaria se unir para banir de vez a pena de morte em qualquer país, assim como extinguiu a escravidão oficial. A Organização das Nações Unidas deveria encampar essa iniciativa e buscar disseminar para se tornar um movimento que envolvesse a sociedade mundial, como há hoje o da defesa do meio ambiente.Difícil mesmo é convencer a mudar um país que afronta o mundo com ameaças. Mas qualquer dificuldade não pode servir de empecilho às iniciativas para salvá-la da pena de morte. Ao contrário, é preciso formar correntes de pessoas, artistas, músicos, desportistas e, principalmente de autoridades governamentais. Cobrar também a atuação incessante de ONGs, igrejas, sindicatos, enfim, de todos os segmentos sociais, de todas as crenças e de não crentes. Não poderia a mídia se restringir a noticiar, e somente quando famosos estão envolvidos ou quando os casos são escabrosos, como essa morte por apedrejamento. Não há mais notícia sobre outros prisioneiros que estão passando pelo mesmo sofrimento a que Ingrid Betancourt foi submetida. Depois que foi libertada, não se toca mais no assunto. Não vem ao caso a questão de valores, pois a relatividade e a diferença de culturas não permitem valorar o que poderia ser punido com pena de morte ou não. Os Estados não devem matar nem como punição por outra nem por valor moral algum. No início do noticiário, após demonstrar amor fraterno ao ditador-chefe do Irã, o governo brasileiro chegou a oferecer asilo político à condenada. Era apenas um jogo de marketing ou campanha eleitoral antecipada realizada pelo segundo Deus, depois de Pelé. Depois da pressão inicial, o governo iraniano foi “benevolente” e trocou a modalidade da execução. Foi um verdadeiro cala-boca. O mundo e a mídia emudeceram sobre o fato. Mas essa pressão deve ser contra todos os países que aplicam a pena capital, e não apenas contra o Irã. Dos Estados Unidos à China, sem se esquecer de Cuba. Qualquer que seja o procedimento, o resultado é o mesmo: a perda da vida. Aguardar uma morte certa, de forma absolutamente impotente, deve trazer um sofrimento e uma agonia mais intensos do que a própria morte. É preciso universalizar e consagrar a consciência de que todos podem errar e que nenhum erro deve ser repreendido com a vida, qualquer que seja a filosofia, a religião ou a crença de um povo. Pois são exatamente as religiões quem defendem o perdão, a condolência como virtudes essenciais ao ser humano. Assim como dissera com relação à Ingrid Betancourt de que qualquer um, ou mesmo algum parente, poderia estar no lugar dela, o mesmo vale para Sakineh Ashtiani. A manifestação de cada um se faz necessária e é o mínimo que se pode fazer. Além disso, manter a mobilização para extinguir a pena de morte da face da Terra.Apenas sob o aspecto da solidariedade, sem entrar no mérito se o erro existiu nem se e a lei prescreve pena de morte para o caso, todos deveriam se sentir um pouco no corredor da morte como Sakineh Ashtiani, e externarem ao governo do Irã que, ao matá-la, estará matando um pouco cada cidadão desse planeta.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Só as câmeras nos salvam

Luz...camêra...ação...Este é um mote do início de gravação de imagens. Antes, mais voltado aos profissionais, hoje de domínio público. Antes, quando mais clara a expressão, mas se entendia que era hora de concentração. Hoje, quanto mais disfarçado, melhor o resultado. Antes, os atores sabiam o texto e a finalidade da gravação. Agora, o diretor sabe de tudo, o ator não sabe de nada. Fala-se aqui dos amadores e das filmagens dirigidas à comprovação de fatos, a verificar a vida alheia, na sua grande maioria de crimes.Com o acesso maior à tecnologia e aos bens de consumo, a maioria das pessoas possui celular. Agora, até mais de um para economizar ligação de acordo com as operadoras. Eles servem para ligação, muitos até de usos secundário para este fim. O que importa é que passam e-mails, tiram foto, gravam vídeos. Algumas pessoas ainda se confundem com algumas funções, mas a maioria domina por completo. Jogar e ouvir música virou a utilidade principal. Quando se vai a um show, a um jogo é comum os flash dos celulares de mil e uma utilidades. O bem que eles trazem está acima de tudo.Pois, gostaria de reforçar que as pessoas andem mesmo com seus celulares apostos e treinem mais nas gravações. Pois são elas que se tornaram o principal meio de provas de tudo. Embora a nossa formação da desculpa predomine, as gravações têm prevalecido, ora para provar a efetiva ação, noutros momentos para provar o inverso da afirmação. Ninguém mais conhece a eficácia desse instrumento do que a Comissão parlamentar de Inquérito – CPI do Senado Federal nos casos de abuso de criança, pelos pedófilos. As prefeituras, os estados e até a União deveriam aumentar o número delas. Em todos os faróis das cidades deveriam colocar uma. Também no lado externo dos principais prédios públicos para evitar os pichadores ou para repasse à polícia quando houvesse a pichação. Às vezes elas faltam onde deveria estar. A câmera que registrou o martírio mortal de Mário José Josino, em Diadema, São Paulo, faltou no bairro de Cidade Ademar, na capital paulista, para registrar o martírio ainda maior de uma mãe obrigada a assistir a monstruosidade de quatro militares enforcarem seu filho, o motoboy Alexandre Menezes dos Santos, até à morte.Mas, acima de tudo, as pessoas deveriam fazer uso permanente para filmarem os montes de lixo pela cidade; bueiros entupidos; animais soltos pelas ruas ou apodrecendo nas ruas; ônibus passando fora dos pontos, com motoristas que dirigem como se conduzissem animais. E além de tudo, gravar os atendimentos tanto ao telefone quanto pessoalmente nos diversos órgãos públicos, ou até a queda proposital da ligação dos telefones de ouvidorias, depois que a pessoa gastou meia hora clicando os números que o robô solicite. A partir daí, lançar as imagens e vozes nos saites de relacionamento e noutros para conhecimento geral. Não se esquecer de gravar aulas, conferências e outros eventos oficiais para mostrar o tamanho do despreparo de muitos profissionais. Essa atitude ajuda na conscientização em relação à cidadania e na publicidade da própria Administração Pública, tão carente deste requisito. Diante da segurança zero que existe, a câmera ligada ainda traz um alento de salvação.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP Bel. Direito

Agora é lei

Por muito tempo essa expressão era utilizada comosegurança de que chegara a solução de um problema em virtude da aprovação deuma lei. Depois, pela prática reiterada da desobediência às leis, foi-sefirmando a convicção de que não bastava lei, posição coroada com a expressão“lei, ora lei”, atribuída ao presidente Getúlio Vargas, mas que, infelizmente,é mais prejudicial pela prática generalizada de todos do que pela autoriaabstrata. Mas esse questionamento cabe para as leis que trazem algum reflexo navida cotidiana da sociedade, o que não é o caso da maioria.Vez outra os institutos que acompanham os deputados esenadores atribuem nota pela atuação de cada um, e o ponto mais destacado é aquantidade de projetos apresentados que se tornaram lei. Não existe maiorequívoco. Quem abre o saite da presidência da República, www.presidencia.gov.br,legislação, leis ordinárias, percebe que a maioria das leis é para dar nome aobras públicas, a dias nacionais disso e daquilo e a datas comemorativas. Aprovarum ou um milhão desses projetos não faz a menor diferença para definir se umparlamentar é atuante ou não. Para a sociedade, o resultado prático é zero.Este ano as que aprovaram o dia da Baiana do Acarajé, de Combate ao Dengue eRelatório Anual Socioeconômico da Mulher demonstram tão claramente quequantidade de leis está longe de ser sinônimo de boa atuação. Com a esperança de que venha a ser cumprida até antesdo tempo estipulado, em 2010, o presidente Lula sancionou a Lei 12.244,tornando obrigatório que toda instituição de ensino pública e privada deve teruma biblioteca, com um acervo mínimo de livros correspondente à quantidade dealunos. Primeiro requisito impossível de ser cumprido, dada a variaçãoconstante de alunos nas escolas. Além disso, foi definido prazo de dez anospara que cada escola do país tenha a sua biblioteca. Uma situação tão inusitada que parece ser típica deBrasil. Uma escola sem biblioteca deveria ser considerada como a existência deuma biblioteca sem livros ou uma piscina sem água ou um ventilador que não gereventilação. Na composição de uma escola, ainda que falte professor, seriapossível o aluno estudar, desde que existissem livros à sua disposição.Por força dessa lei, já se tornou obrigação de todos,da União, dos estados, das prefeituras e de todas as escolas particulares teruma biblioteca. Apenas o tempo de dez anos favorece à negligência do agentepúblico, pois, pelo senso razoável, essa lei não seria necessária, pois todasas escolas não só já deveria ter uma biblioteca, como deveria está equipada comcomputadores e internet. Mas como a grande maioria não as tem, pode-se dizercom muita vibração, ainda que em desuso, que agora é lei! Tomara que asociedade teme conhecimento da lei e force a criação das bibliotecas de fato,pois no papel o Brasil já atingiu sua plenitude.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP Bel.Direito

Alugueres públicos

Quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tomou posse e cobrava que o Estado brasileiro se ativesse às suas funções essenciais, ou de Estado, como alguns gostam de falar, atribuía a disfunção ou o exercício precário ao fato do Brasil se envolver em todas as atividades da economia, em especial na condição de proprietário. Era comum a crítica ao fato de governo federal possuir fábrica de calcinhas. O então presidente e sua equipe começaram o processo de modernização com a privatização generalizada e a qualquer custo, tendo como ápice o pronunciamento gravado do ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros afirmando que já estavam atingindo o limite da irresponsabilidade, com a atuação do governo para favorecer um grupo na compra de uma estatal. Nem tudo deveria ser privatizado, nem todas as atividades chamadas meio devem ser terceirizadas. O limite do princípio elementar do mais vantajoso para a Administração Pública deve prevalecer. Pois, privatizaram tudo, mas alguns cuidados não foram nem estão sendo tomados pelos atuais governos. Os alugueres nas várias esferas de governo precisam ser revistos, pela desnecessidade de alguns, e pela exorbitância de dinheiro gasto com essa prática. Começa por se questionar a necessidade de alguns. E passar a controlar mais, pois não existe controle algum sobre a quantidade de imóveis e outros bens alugados, dada que esse procedimento é adotado isoladamente pelo mais diversos órgãos. Caso se queira buscar a informação sobre quantos contratos e quanta se gasta com aluguel, nenhum ministério, nenhuma secretaria, nenhum tribunal vai saber ou querer informar, nem consta em nenhuma saite aberto para conhecimento público. Aí está o perigo, geral, de todos os riscos que esses contratos trazem.Deve se tomar cuidado com o preço. Há uma cultura nacional de se majorar quando o contrato é com a Administração Pública. Quando esse procedimento é nas prefeituras, o cuidado deve ser maior para evitar que os alugueres sejam uma maneira de retribuir colaboração de correligionários. Os alugueres de ônibus, de carros e de prédios nas cidades pequenas são realizados e sempre dirigidos aos amigos dos prefeitos e dos demais gestores públicos. Pode até existir exceção, mas de tão raro, ninguém a conhece. Outra medida seria saber por quanto tempo um contrato de aluguel seria mais vantajoso do que a aquisição permanente do bem. Com o valor mensal gasto com aluguel de carro para transporte escolar seria comprado um ônibus. Isso em cidade pequena. É preciso viabilizar a frota própria. Já o que se paga por mês de aluguel de imóveis daria para adquirir um ou vários prédios. Há uma completa inversão de valor em todos os sentidos quanto ao emprego do dinheiro público no pagamento de aluguel. O sonho de todos os particulares é sair do aluguel; os governos fazem toda propaganda possível quando ajudam nessa saída; mas eles mesmos procuram nunca sair. Isso precisa ser corrigido e o dinheiro dos alugueres poderia ser aplicado em compra de bens permanentes. Ao contrário das demais, essa indústria dos alugueres precisa acabar.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP Bel. Direito

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Eleições

Agora, foram eleitos novos governadores e reeleitos alguns, num total de 27, mais os 27 vices. Foram mais 54 senadores, 517 deputados federais, 1059 deputados estaduais. É muito gente para fazer o bem deste país. Isso ocorre a cada quatro anos e tudo é tão igual, a partir das promessas.O jogo de cena começa com a propaganda política. Cada problema é prioridade do candidato. Creche, prioridade; show de dupla sertaneja, prioridade; horas extras, prioridade. Tudo é prioridade. E aí se volta para uma frase atribuída ao ex-presidente Janio Quadros: a melhor maneira de não priorizar nada, é priorizar tudo. Todos eles sabem que a maioria de suas promessas não pode ser cumprida. Também sabem que, com promessas impraticáveis, terão alguma chance de vitória e que sem elas não teriam a mínima chance. Culpa do eleitor que vota em promessas, culpa dos políticos que não trabalham para conscientizar o cidadão fora do período de campanha. Esse jogo de gato e rato prejudica a todos. O eleitor vota em quem promete mais para se eximir depois atribuindo culpa ao candidato. Os problemas também não mudam e não têm solução.Hoje são assassinadas perto de cinquenta mil pessoas por ano no Brasil. Com atuação igual aos últimos 20 anos, daqui a mais quatro terão sido assassinadas mais de 200 mil pessoas. A continuar os números de hoje, para cada mil, vinte assassinos terão sido punidos. Nesse período, as crianças que iniciarem a primeira série no primeiro ano do próximo governo terão terminado a 4ª, sem saber o resultado da multiplicação de duas vezes quatro. Exemplo por que passo com crianças na quarta série que estudam em escola estadual na periferia de São Paulo. Ainda teremos alguns órgãos especializados em contar os milhões, milhões, de analfabetos formais, que nem sequer saberão rabiscar o nome. Uma vergonha que já ultrapassou o MOBRAL, o MOVA e tantas nomenclaturas de programas que trazem como resultado milhões de reais jogados no bolso de corruptos. Daqui a mais quatro anos, os brasileiros assistirão pessoas sendo retiradas de escombros, após os rotineiros desabamentos de encostas de morro e de rios, enchendo escolas, estatísticas e desculpas de autoridades. Além de continuar contando os mortos em naufrágios de embarcações fajutas no Norte do país. Terão as cenas de mães chorando os filhos mortos nas balas perdidas mais certeiras do mundo no Rio de Janeiro. Se as autoridades esquecerem de que o refrão virou clichê, as pessoas ainda ouvirão que a vítima estava no lugar errado, na hora errada, no momento errado. Ouvirão que as favelas virarão condomínio, mas não citarão quantas existem, ou se já diminuiu uma das 16.433 mencionadas num editorial da Folha de São Paulo de 14 de novembro de 2003.Teremos ainda os políticos como donos das comunicações que avaliarão seus mandatos; a imprensa criticando qualquer manifestação popular, argumentando que não é dessa forma que se protesta e sem dizer uma vírgula sobre a forma correta; a dizer que a cidadania é apertar botão verde de urna eletrônica, sem tocar no voto facultativo; pessoas morrendo em filas de hospitais e de postos de saúde; as autoridades culpando as pessoas pelas mazelas nos três anos de mandato; e no último se vangloriando do aumento de cestas básicas, com a mesma naturalidade que dirão não haver mais um pobre no país.Além disso, daqui a quatro anos, continuaremos sem entender por que cidades como Canoas, Rio Grande do Sul, adquire detector de armas de fogo e o Rio de Janeiro não sabe nem de sua existência.Fecharemos os próximos quatro anos a esconder o país do planeta com uma Copa do Mundo de futebol. É assim agora, como foi há quatro, oito, doze, dezesseis anos, como será daqui a mais alguns séculos. Daqui a quatro anos, como todos os brasileiros, cada um estará criticando a apatia, a passividade dos “outros” 190 milhões, dentre os quais não fará parte. E concluir-se-á que não tem jeito. Mas tem jeito, sim, senhor. Mas, o primeiro passo é tirar a bunda do sofá... Topa? Ah! Daqui a quatro anos... “Sempre foi assim... Assim será...” Como diria o poeta.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sua Excelência, Tiririca

Sua Excelência, Tiririca

Enquanto candidato, Tiririca foi pichado por quase todos da mídia e da política tradicional por ser um palhaço e em razão dos seus slogans satíricos de campanha. Ele sempre foi um palhaço de fato e fazer piadas fazia parte de seu ganha-pão. Quando fazia gracejos em sua campanha estava sendo coerente. Somente por ter a profissão de palhaço, Tiririca nem é pior nem melhor do que nenhum concorrente profissional da política.O festival de imagens de doutos engravatados enchendo literalmente os bolsos com dinheiro de corrupção, nas meias e nas bolsas, que enlamearam as telas deste país, desautorizaria as críticas ao palhaço. Essas imagens forçaram a renúncia de Joaquim Roriz, candidato favoritíssimo ao governo do Distrito Federal. Pior do que alguns fatos são algumas justificativas. Esse doutor justificara um empréstimo suspeito de dois milhões de reais, que seria para a compra de uma bezerra. Nem que fosse de diamantes, custaria tanto. Mas, esse gado de pelo de ouro passou a ser a salvação dos políticos ideais. Renan Calheiros, político por excelência, senador da República, utilizou da nova raça de gado de ouro para justificar o pagamento de pensão alimentícia por funcionários de empresa privada e outras dinheiramas de seu patrimônio “billgateano”. Sua gente o salvou da cassação, inclusive com apoio incondicional de Mercadante. Episódios dessa natureza têm se repetido nos últimos anos, que passa a sensação de ser requisito inerente à gestão pública. Um pouco antes, o notável Severino Cavalcanti criara o mensalinho, que consistia em cobrar propina de proprietários de restaurantes localizados na Câmara dos Deputados. O ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, renunciou ao cargo por ter sido filmado embolsando dinheiro. Ele e vários deputados. Pelos mesmos motivos, também foram presos e são acusados os governadores do Amapá e de Mato Grosso do Sul, além do prefeito de Dourados. O reeleito governador do Ceará passeou pela Europa com a sogra com dinheiro da viúva. O uso de celular de serviço pela filha do senador Tião Viana.Essas mesmas condutas são praticadas diariamente pelo cidadão ao pagar propina em troca da relevação de falhas. No Rio de Janeiro, dois policiais não deram a mínima para o coordenador do grupo Afro Reggae agonizando, cena repetida pelos que liberaram os rapazes que mataram o filho da atriz Cissa Guimarães. Isso também é rotina para evitar as multas de trânsito, além dos cafezinhos para aprovação nos testes para aquisição da carteira nacional de habilitação. E até pelos vendedores de qualquer coisa para adentrarem nos ônibus coletivos. Além dessas condutas de cunho mais restrito aos políticos, existem as práticas generalizadas. Todo dia vem acusação dos milhões pagos em horas extras no Senado e na Câmara dos Deputados, inclusive quando os parlamentares estão em férias. Acho que os brasileiros já esqueceram, mas não custa relembrar a farra das passagens aéreas pelos parlamentares federais; a filha do Excelentíssimo senador Tião Viana gastou 14,7 mil em ligações do telefone do Senado em passeio pelo México. Para fechar essa pequena célula desse jeito brasileiro de boa cidadania e representantes ideais do povo, a Folha de São Paulo estampou na capa do dia 4 de outubro de 2009 que 17 milhões de brasileiros admitiram ter vendido o voto na eleição de 2008.Todos esses citados aparecem engravatados e se tratam respeitosamente por excelência, mesmo para mandarem tomar em qualquer lugar, quando mandam para a mãe tomar conta ou quando range os dentes para intimidar e ameaçar colegas, como costuma fazer o excelentíssimo senador Fernando Collor de Mello. Tudo isso, para enfatizar a idéia de que corrupção é uma prática generalizada na política brasileira de há muito tempo, para a qual Tiririca não contribuiu em nada com sua candidatura e eleição, além de sua campanha ter ficado longe de descer a esse nível. Sua tão criticada baixa escolaridade o credencia a pleitear a Presidência da República na próxima eleição. Ainda que fosse acusado de alguma falha grave, o Palhaço não chegaria ao patamar de bondades desses nobres. Portanto e literalmente, Tiririca é apenas uma pessoa simplória, um palhaço de fato que, por si só, não merecia tratamento depreciativo. Agora, se fizer alguma coisa positiva, será melhor do que muitos; se não fizer nada, empata com quase todos. Mas, se ele empregar parentes; se seus filhos fizerem lobbie para empresa de amigos; ou se tornarem bilionários do dia pra noite, o Palhaço teria grande chance de se tornar ministro da Casa Civil, pois se enquadraria no perfil brasileiro de fazer política. Daí se concluir que, se ele não corromper ou for corrompido até o final do mandato, Sua Excelência já teria sido melhor do que grande parte dos parlamentares brasileiros.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP. Bel. Direito

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Atuação fraca da imprensa

Atuação fraca da imprensa

Talvez pelas verbas oficiais que recebem dos governos, a imprensa brasileira demonstra muita insegurança ou sensibilidade com relação às palavras das autoridades federais quando a criticam, em especial do presidente da República. É preciso reforçar a idéia de que a democracia já tem força suficiente para superar ameaças, concretas ou vãs, de uma única pessoa, independente do cargo que ocupe.Ressalva feita, a proposta é falar da atuação fraca da imprensa no processo eleitoral. As perguntas formuladas aos candidatos são genéricas demais e divagações são aceitas como respostas. Responder o que foi perguntado deveria ser a regra primeira dos debates, sem importar a dureza da pergunta nem da resposta. Como caminha para isso, caso vença no estado de São Paulo, o Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB vai completar vinte anos no poder. Poderiam fazer um levantamento de quantas pessoas moravam em favelas em 1994 e quantas moram hoje. Por que não diminuíram ou acabaram com as favelas. Caso sustentem que fizeram isso, a imprensa deveria apresentar os números e as imagens de milhares de favelas em São Paulo. Exigir que as autoridades comprovassem onde foram transformadas, mas mostrar quantas favelas surgiram, que não existiam em 94. Sobre a violência, deveriam apresentar as centenas de milhares de pessoas assassinadas nesse período e saber como o governo resolveria esse genocídio tolerado até aqui. Além disso, mostrar ou indagar deles quantos assassinos foram punidos. As perguntas deveriam ser diretas e objetivas. Exemplo: qual governo é responsável direto pela segurança pública e pelos julgamentos de assassinos? Quantos assassinatos ocorreram no estado de São Paulo durante os dezesseis anos de governo do PSDB? Ou em outro estado, conforme quem esteja no poder.Sobre a educação, o debate se restringe à promessa de uma em acabar a progressão automática. A questão não está na progressão automática, se a criança de 10 anos não sabe ler nem escrever, não importa se ela está na quinta série, com a progressão automática ou na 1ª com a reprovação. O relevante é que ela deveria saber e não sabe. Definitivamente, os fatores decisivos para isso são outros. Agora, existem outras questões defendidas ou citadas por todos, mas ninguém fala do essencial. Voto consciente e colocar a culpa no eleitor por conta de pilantras que se aproveitam do poder para roubar dinheiro público. Ninguém cobra que os partidos tenham atividades fora do período eleitoral para conscientizar os cidadãos. Nenhum normal sabe onde fica a sede de um partido nem o que ele faz. Nada mais essencial para caracterizar um voto consciente do que ele ser facultativo. Defende-se democracia para tudo, menos para exercer o seu elemento principal, que é o voto.A imprensa brasileira não sai do “a” falou de “b”, “c” respondeu a “d”, sobre os principais candidatos. Trata-se da elitização da fofoca de boteco. O pior é não se vislumbrar algum movimento na tentativa de mudança. Nem dos veículos de comunicação nem das várias entidades sociais. A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, a União Nacional dos Estudantes - UNE, as ONGs, e outras entidades que se posicionam em tudo que lhes diz, ou não respeito, não tocam no voto facultativo.Repete-se o que escrevi após as eleições de 1998. Depois dessas eleições, seriam necessários movimentos neste país para acabarem com o voto obrigatório. E já aproveitar o momento para avançar no aprimoramento do processo eleitoral para que a votação se realize pela internet. Para o momento, tendo em vista que haverá muito bate-boca ainda, que a imprensa apresente dados e exija explicação objetiva dos candidatos da situação, por que determinados números, o que deveria ter sido feito e não foi. E da oposição, por que faria diferente num eventual governo, comparando com números de estados onde estão governando ou com gestões anteriores. Como são feitos os chamados debates, o aproveitamento para o público é zero, tanto faz com um ou com mil. Nenhuma resposta coerente, prioridade para tudo e nenhum posicionamento objetivo ou tecnicamente confiável. Já a imprensa finge que está contribuindo para o voto consciente. Só se for de que nenhum político tem conteúdo. E, com a maior cara de conteúdo, descem a lenha em Tiririca. Talvez este, é que esteja sendo mais sincero.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP Bel. Direito

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Top Blog 2010


O blog da Conexão se classificou para o segundo turno da votação do Top Blog 2010. Muito obrigado à você que votou! Agora preciso de seu voto novamente. Você que não votou, vote.
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Muito obrigado!
Grande abraço!

Márcio Camargo


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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Tiririca tem razão

Tiririca tem razão

É público que ele é um palhaço. Fazer as pessoas rirem é sua profissão. Por conta disso, tornou-se cantor. Por amor ou por ódio, ninguém se esquece de “Florentina”, sua famosa canção, e, por ter progredido na vida, foi convidado pelo Partido da República – PR para concorrer a uma vaga de deputado federal. Como esperado e pela praxe na política brasileira, será eleito, e com sobra, que ajudará na eleição de colegas da sigla. Foi para essa finalidade que foi convidado e por ela é o maior investimento do Partido.Tiririca não inventou nada na sua campanha eleitoral, e tascou logo uma frase perfeita, ao pedir ao povo para que: “vote em Tiririca, pior do que tá, não fica”. Foi o que melhor surgiu até agora no horário eleitoral gratuito neste ano. Uma frase que não foge ao da campanha geral. O atual ministro da Cultura não entendeu assim e conseguiu achar deboche na frase do palhaço-candidato. Pior, conseguiu ver risco à democracia. Que Tiririca usa uma brincadeira caricata não resta dúvida. Tiririca foi convidado em razão dela, não usurpou lugar de ninguém. Não inventou nada agora. É mais autêntico do que os beijinhos em qualquer peão, as crianças colocadas no colo a todo instante, comer tudo que é exótico, como buchada; mais autêntico até do que os famosos cafezinhos em padarias e lanches em barracas de rua, inimagináveis para os candidatos em outras épocas.Quanto ao risco à democracia, essa citação está mais configurada como um vício de retórica. Quando houve a reabertura democrática, os atos de corrupção afloravam a todo instante, e o argumento geral era de positividade, sob a justificativa de que “agora os desmandos vêm a público”. Diminuiu, mas até hoje, alguns desvairados ainda repetem essa cantilena. Corrupção deve ser combatida em qualquer sistema de governo, ainda mais num governo democrático, que deveria criar mecanismos para evitá-la, pois o erário não costuma ser ressarcido dos valores usurpados.Só para ficar em 2010, o governo do Distrito Federal, incluindo quase todos os deputados, foi flagrado empacotando dinheiro em todo lugar do corpo. A prefeitura de Dourados, segunda maior cidade do estado de Mato Grosso do Sul, também repetiu a cena. Está sem administrador. E o governador do Amapá está na cadeia. No Rio de Janeiro, um falso médico, que atuam no país inteiro, é acusado pelo assassinato de uma de suas vítimas. Na esfera federal, houve a invasão aos dados fiscais da filha do candidato José Serra. É fato que foi por um órgão do atual governo; que envolve parentes do principal adversário. Mas, tentam passar para todos que tudo não passa de mera coincidência. Ainda repete-se a cena do pagamento de mais de seis milhões em outras extras aos funcionários do Senado, mesmo sem nenhum parlamentar trabalhando no mês janeiro. No meio do ano a prática de mais essa mamadeira se repetiu no Congresso. São exemplos de uma vastidão de acontecimentos tenebrosos, rotineiros, aos quais os governos ignoram e passam a idéia de que eles são fatos naturais e inevitáveis, o que não é verdade. Nem mesmo essas condutas ilegais, lesivas ao erário e oportunistas colocam a democracia em risco.Tiririca tornou-se conhecido por um trabalho; simplório ou não, ao menos teve uma construção. O ministro da Cultura pouca gente, se existir alguém, deve saber de onde surgiu nem conhece algum trabalho relevante. Seria bom perguntar ao candidato-palhaço, e exigir uma resposta séria, se ele conhece algum projeto do Ministério da Cultura. Também deveria estender a mesma pergunta ao eleitorado brasileiro. O percentual de desconhecimento vai mostrar para o ministro que não é a brincadeira do candidato quem debocha da democracia. Tiririca só está errado em afirmar que pior do que está não fica. Fica, sim, mas não por conta da candidatura, da brincadeira sem graça de campanha nem pela votação esmagadora que terá Tiririca.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP Bel. Direito

Maus Pms

Maus pms são uma praga

Embora seja uma praga, essa frase é do comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro numa entrevista publicada nas páginas amarelas pela revista Veja. Impressiona nessa entrevista como os posicionamentos apontados são comuns a quase todas as anteriores, quando uma pessoa assumia o posto de liderança na área de segurança pública.Destacam-se os argumentos de lentidão na tramitação dos processos para punir os policiais, corrupção e corporativismo na instituição, a migração da bandidagem de um lugar para outro, a passagem de armas pelas fronteiras. Todos são café requentado. A lentidão da Justiça brasileira é algo reconhecido por todas as autoridades, sem exceção. É tão antiga, que ninguém sabe se em alguma época a nossa Justiça já foi célere. Todos os profissionais ligados à Justiça fazem críticas, muito mais dirigidas à incompreensão das vítimas e não aos verdadeiros responsáveis, apontam iniciativas maravilhosas, mas o passo de tartaruga permanece inalterada em todas as justiças, já que no Brasil são várias, inclusive um dos vetores da morosidade.Já se está na reta final das campanhas eleitorais, mas os candidatos falam de forma superficial sobre esse problema. Eles têm razão. O da oposição, seu partido está no poder em São Paulo há dezesseis anos. A da situação, seu partido está deixando as armas entrarem pelas fronteiras há oito anos. Seriam muito cara de pau se ainda prometessem alguma coisa na área da segurança pública, quando até agora só fazem, e mal, estatística dos assassinatos, assaltos, das estupradas, das crianças violentadas, dos carros e cargas roubadas, além de outros.Muitos candidatos aos governos estaduais já são os responsáveis pela segurança há um ou dois mandatos, mas só assistiram a violência se agravar. Nem deveriam prometer o que já demonstraram incapacidade de resolver. Se prometerem, deveriam dizer o que fariam diferente dos seus mandatos anteriores ou dos seus padrinhos, no caso dos candidatos indicados pelos atuais governadores. Ver a Polícia Militar subindo os morros é a cena recorrente no Rio de Janeiro, sem nenhum planejamento, dando e recebendo tiros de todo jeito, morrendo e matando bandidos e inocentes. Nas periferias, policiais abordando jovens masculinos pobres e negros, apenas pelo critério subjetivo da aparência, com provocação, humilhação e ameaça; com dedo no nariz e dando tapa na cara. Recentemente, por falta de controle dos órgãos superiores, os policiais passaram a assassinar. Em São Paulo, mataram dois motoqueiros e atualmente, dois rapazes abordados por policiais estão desaparecidos, mas o carro já apareceu queimado.Se as armas entram pelas fronteiras, cabe ao governo federal providenciar o fechamento dessa torneira. Isso ocorre há mais de um século. Se as armas vêm pelo mar, vigilância no mar; se vêm pelos ares, vigilância nos aeroportos. Ninguém tem a solução pronta. Mas, a primeira medida seria o governador eleito assumir a responsabilidade sobre a segurança pública de seu estado. Deve parar de vender a idéia de que não há solução por se tratar de uma situação grave e complexa como costumam afirmar. Para serem governadores, estão se matando pela eleição. Ninguém está colocando faca na garganta para se tornarem responsáveis pela segurança. Por último, pararem de chamar de simplistas àqueles que clamam por solução. Quando vier, já vem com muito atraso. O dever do cidadão é cobrar. E tem poucos meios para isso. Os telefonemas não passam das telefonistas. As cartas nem são abertas e são respondidas por meio de carta-padrão. Os e-mails são deletados sem abertura, e até retiram dos sites, como fizeram os deputados federais. Sobram as manifestações em praças públicas, às quais os brasileiros não estão acostumados a fazer, e quando fazem são recebidos a pauladas. Mesmo assim, a saída é continuar exigindo dos governos estaduais e do federal; enfatizar, sem transigir, que eles têm dever e obrigação de solucionar os problemas, independente da gravidade, o que ocorreu, e ocorre, por omissão absoluta e complacência dos anteriores que, nas suas gestões agiam como os atuais, ao culparem os governos antecessores. Além de chorarem seus filhos mortos em rede nacional de televisão, os cidadãos devem intensificar as manifestações de rua, devem ir aos palácios para cobrar solução de fato. As soluções de páginas amarelas já são café requentado por demais.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP Bel. Direito

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Voto facultativo

Voto facultativo

Eleição após eleição ouve-se falar sempre que o cidadão deve votar consciente, exercendo bem a cidadania e por consequência fortalecendo a democracia. A recomendação mais incisiva vem da imprensa; mas políticos e até a própria Justiça Eleitoral incentivam a conscientização sobre a importância de votar, mas apenas quando as eleições estão próximas. Esse equívoco é histórico e tem-se perpetuando. O argumento dos defensores da permanência da obrigatoriedade limita-se e se esgota na tese de que o brasileiro não sabe votar e é desinteressado pela política. Pode ser que o fato de ser forçado aumente a presença dos votantes, mas não aumenta a legitimidade dos eleitos, pois quem vota apenas para cumprir seu dever não se interessa pela escolha do candidato, não participa das decisões após eleito, e entende completa a sua cidadania apenas com seu comparecimento às urnas. Deveria ser cobrado, e não é, o envolvimento da sociedade nas decisões administrativas dos eleitos. A começar por debates nas escolas de ensino básico sobre as atribuições de cada Poder. A discussão didática se limita em dizer que o Poder Legislativo faz leis; o Executivo as executa; e o Judiciário exige o cumprimento. Um debate alienista, superficial e incompleto. Uma participação efetiva poderia ser através do acompanhamento de um projeto de lei nas Câmara e Senado Federais por um grupo de pessoas. Visitas de alunos nas votações das assembléias estaduais e nas câmaras municipais, por exemplo, ajudaria na conscientização de como o parlamentar vota e como o dinheiro seria gasto. Simulações poderiam ser feitas nas escolas. Isso, sim, contribuiria para o aperfeiçoamento da cidadania. Efetivamente, o político só aparece quando é candidato para dizer o seu número numa corrida, que impossibilita decorar. Além do mais, essa obrigatoriedade assemelha-se à chamada indústria da multa. Quando deixa de votar, o cidadão paga uma multa de pouco mais de três reais, que tem a mesma relevância do voto. O dinheiro arrecadado com as multas vai para os partidos. Ora, os partidos são pessoas de Direito Privado, como outra qualquer, ao receber dinheiro de arrecadação pública, fere no mínimo a razoabilidade e o bom-senso. Pouquíssimas pessoas sabem quanto se arrecada e nenhuma sabe dessa destinação. Seria muito mais justo o repasse a entidades de interesse social relevante. O Brasil tem tradição em ser o último a acabar com as distorções. Foi assim com a escravidão que, muitos entendem, ainda continua, com os torturadores da Ditadura Militar, com a legalização do aborto e do casamento entre homossexuais. Com a obrigatoriedade do voto ocorre o mesmo. Não se lê nada nos editoriais dos jornais; não se ouve nenhum democrata falar nisso no rádio nem na televisão; nenhum jornalista escreve sobre; não se sabe a posição de nenhum famoso a respeito, mesmo daqueles que são remunerados para falar bem ou mal de candidatos ou para ter medo de outros. No Brasil o que é normal e razoável passa a ser a exceção. Com os denominados formadores de opinião não poderia ser diferente. Eles são dolosa ou inconscientemente coniventes e mais comprometidos em manter e eternizar a mediocridade. Estamos nos acostumando com política como significado de falcatrua, compra de parlamentares e desculpas pela continuação permanente de problemas sociais. Escrevi o primeiro texto sobre o fim do voto obrigatório em 1998. Somente o falecido Roberto Campos escreveu dois artigos no mesmo sentido. Com o voto obrigatório, o Brasil está atrás de Bolívia e do Haiti. Instituir o voto facultativo se faz imperioso até para tornar coerente a defesa decantada da democracia. Tornar um eleitor consciência tem se limitado em informar-lhe a cor certa do botão que deva apertar na urna eletrônica. Parece elementar: não há democracia onde o voto é obrigatório.

Pedro Cardoso da Costa – Bel. Direito Interlagos – SP
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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

As Três Peneiras

AS TRÊS PENEIRAS – Por Planeta Voluntários

Um rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar-lhe algo sobre alguém. Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou:- O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?- Três peneiras? - indagou o rapaz.- Sim ! A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer me contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamos que seja verdade. Deve, então, passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?Arremata Sócrates:- Se passou pelas três peneiras, conte !!! Tanto eu, como você e seu irmão iremos nos beneficiar.Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta.Junte-se a nós !!!Você, Instituição ou ONG , Precisando de doações e Voluntários ???Você, voluntário, procurando uma Instituição ou ONG ???Encontre seu apoio agora aqui !Muitas instituições e ONGs necessitam de ajuda de variados tipos mas não sabem onde conseguir. Interessados podem cadastrar-se e fazer parte do maior banco de dados do Brasil, que cruza informações e viabiliza a ligação entre quem precisa e quem oferece ajuda.Cadastre-se agora !!!


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sábado, 7 de agosto de 2010

Lei da Ficha Limpa é inconstitucional

Lei da Ficha Limpa é inconstitucional

Quem conhece minimamente qualquer sistema jurídico tem por base que a constituição de um país é a sua lei maior. Isso significa que todas as demais leis devem estar de acordo com os seus conceitos e princípios. Com outras palavras, nenhuma lei de um país tem validade jurídica se contrariar a constituição federal daquele país.No Brasil, cabe ao Supremo Tribunal Federal declarar se uma lei ou um ato administrativo é inconstitucional, com os efeitos da decisão tendo alcance sobre todos os brasileiros. Existe a possibilidade de um juiz singular reconhecer a inconstitucionalidade de uma lei num caso concreto. Algumas matérias da nossa Constituição podem ser alteradas por meio de emendas, e em quaisquer hipóteses por meio de constituição originária. Essa introdução se fez necessária para se chegar à discussão sobre a constitucionalidade ou não da chamada Lei da Ficha Limpa. Os reiterados atos de corrupção geraram um desgaste generalizado nos políticos nacionais que, diante do clamor popular por ética, aprovaram a chamada Lei da Ficha Limpa, a lei complementar 135/2010. O ponto de maior destaque ficou por conta da proibição das pessoas se candidatarem quando tiverem sido condenadas por órgãos colegiados. De acordo com o sistema jurídico brasileiro, esses órgãos só existem a partir da Segunda Instância e pode chegar a três ou quatro. Ocorre que a lei não exigiu a condenação com trânsito em julgado para que a pessoa ficasse impossibilitada de se candidatar. Uma decisão transita em julgado quando não cabe mais recurso a outra instância. Grosso modo, este é o conceito de trânsito em julgado. Como é pacífico que uma lei não tem valor jurídico se contrariar a Constituição federal, transcrevo os trechos de ambas sobre a vedação aos candidatos condenados. Prescreve a Constituição Federal, artigo 15, III: “É vedada a cassação dos direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos”. Já a referida lei complementar dispõe em seu artigo 2º, d: “os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;”. A Constituição federal explicita a necessidade de trânsito em julgado de qualquer condenação. Da mesma forma a lei é cristalina em afirmar que basta uma condenação de órgão colegiado, transitada em julgado ou não. Essa lei, neste ponto, está de acordo com a norma constitucional?Quando sentir necessidade de mudança, cabe à população brasileira exigir dos seus congressistas que alterem a Constituição para adequá-la aos valores desejáveis, mas a Suprema Corte do país não deve atuar como se estivesse na apresentação de um programa televiso de auditório, fazendo de tudo para agradar seu público.No meu ponto de vista, o Supremo Tribunal Federal só pode declará-la constitucional por meio de uma “masturbação” jurisdicional, pois essa lei é flagrantemente inconstitucional.

Pedro Cardoso da Costa Interlagos/SP Bel. Direito

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Caso Bruno

Bruno, orgias e cães

Todos devem se lembrar quando o atacante do Flamengo, Adriano, agrediu a sua namorada. Em meio a toda discussão, o goleiro Bruno foi um dos poucos a defendê-lo publicamente, mas de uma forma desastrada e inconsequente. Sua defesa consistiu numa pergunta generalizada aos repórteres, ao indagar quem já não teria dado uns safanões nas companheiras ou namoradas. Na linguagem bandida, quem não já saiu na mão. Talvez o goleiro tivesse até razão. O exagero seja apenas pela generalização. Mas, pela cultura machista dos homens, pela aceitação passiva das mulheres, pelo número de denúncias e pela impunidade dos agressores, é do conhecimento notório que a afirmação de Bruno era verdadeira, embora não defensável. Como ele mesmo é acusado agora, assassinato tem todo dia no Brasil, mas passa longe a defesa dos criminosos só por que os assassinatos são generalizados. Caso se confirme as evidências do envolvimento de Bruno na morte macabra de sua amante, o Brasil tomou conhecimento de que os petelecos de Adriano na namorada, para Bruno, seria mesmo um canapé perto do que o goleiro seria capaz de fazer. Esse episódio traz vários pontos para reflexão. Primeiro, a forma macabra prova que há sempre a possibilidade de um crime bater o recorde sinistro de brutalidade, caso se confirme que o corpo da moça tenha mesmo alimentado os cães do algoz. Depois, fica claro que o goleiro desprezou a relação de compromisso com a esposa, ao se relacionar com outra mulher, sem importar se era imaculada ou prostituta. Até aí, fica adstrito ao foro íntimo de cada um. Ao se tornar público, a gravidez prova o descaso do jogador com a sua própria saúde, com a de sua esposa e de outras pessoas com quem viesse se relacionar, pois não usou camisinha. Agrava, ainda, caso se confirme se tratar de uma moça de programa, como ele insinuou à revista Veja. Apesar de ser reiterada por homens irresponsáveis, sua desculpa de estouro da camisinha beira o ridículo. Caso fosse verdade, parasse, e colocasse outra. A não ser que suas orgias ultrapassassem a capacidade do raciocínio. O que fica claro é que fama e dinheiro inebriam muita gente e os deixa com a sensação de estar acima de tudo. Mas a Justiça brasileira passou a provar o contrário, ainda que já tenha sido muito benevolente, como prova Pimenta Neves, livre, leve, solto e assassino confesso. Ninguém sabe sobre o andamento do seu processo. Com a decretação da prisão sequencial de várias pessoas, demonstra como o crime envolve tantas pessoas desde o planejamento até a execução, sem que nenhuma tenha tentado ou interrompido tanta crueldade. A expectativa de morte deve trazer mais aflição do que a própria morte. Enquanto a presa ficava trancafiada, os acusados divertiam-se e, quando algum ia ao êxtase, dirigia-se ao quarto, e agredia a moça ao seu modo.Em nenhum momento a presença da criança serviu para amenizar tanto sofrimento. Um verdadeiro calvário! Mesmo com uma morte tão sinistra, situação reiterada no Brasil, o Congresso Nacional não move uma palha para discutir a mudança da Constituição com vistas a aprovação da prisão perpétua. Para casos como este nenhuma pena seria justa, pois quem mata, planeja como, sabe dos riscos de sua penalização e, ainda assim, sacia sua sede criminosa com a vida alheia. Mesmo que fossem punidos com a pena de morte, os seriam em razão de massacrarem outra pessoa, com o beneplácito de não sofrerem por tempo igual ao das suas vítimas. As autoridades que se pronunciam sempre sobre seleção de futebol, seus times, não falam uma palavra sobre caso tão escabroso. Manifeste-se aquele que nunca sofreu uma violência ou teve alguma vítima na família. De todo esse episódio, o único fato positivo foi a ação rápida da Justiça ao determinar a prisão dos envolvidos. Apreocupação fica com a possibilidade de demora no julgamento permitir liberdade aos acusados. Ninguém merece correr o risco de cruzar com um “anjo” desses pelas ruas. De volta ao Congresso Nacional, enquanto não vem uma discussão sobre a pena capital, que aprove ao menos uma pena mínima de 30 anos e máxima de 40 anos para assassinatos dolosos. A morte premeditada não pode ter pena com tanta elasticidade entre a mínima e a máxima como é hoje.Muitas vidas seriam salvas só pela aprovação do aumento da pena mínima. O assassinato como entretenimento ou para alimentação de cães precisa de uma pena à altura neste país.

Pedro Cardoso da Costa –Interlagos/SP Bel. Direito

ACREDITE: SUA PARTICIPAÇÃO É SEMPRE IMPORTANTE.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Ditadura Dunga

Ditadura Dunga

Dunga tem uma forma de trabalhar clara, definida e pragmática. Como treinador da Seleção Brasileira de Futebol, ele convoca, escala, erra e acerta como todos em quaisquer profissões. Diferencia-se por fazer isso apenas ouvindo a sua própria consciência. Como toda relação de trabalho, outros dependem do trabalho do Dunga, como ele de outros. E a imprensa é a principal nessa relação. Eis o erro: Dunga, como a maioria envolvida no futebol, entende que a imprensa só deve elogiar, mesmo quando não concorda com o futebol apresentado. Os jogadores não diferem, tanto que a frase “é uma resposta àqueles que não acreditavam na gente” é a mais comum quando se vence um campeonato. Os profissionais da bola criaram uma mentalidade de vingança. Não existe exceção.
Na Seleção de Dunga essa postura acentuou-se. Ele não dava entrevista; dava resposta mal educada aos jornalistas. Eu me lembro de que você disse que Robinho não estava bem, a resposta está aí. Asseverou-se. Só Dunga viu um novo rei na África do Sul. Robinho foi um fiasco, como costumam ser pessoas que pensam que são mais do que realmente são, e muito mais, no caso de Robinho. Não sei se a forma de organização não permitia contra-argumento, pois o jornalista deveria reforçar que teria dito e não estava mesmo bem quando ele falara.
Dunga poderia estar no seu papel. A Confederação Brasileira de Futebol, como os clubes brasileiros, é que precisam definir padrão de conduta para seus funcionários, o que não fazem. Quase sempre, renomados, depois de não servirem mais à Europa, voltam para ditarem regras e desfilarem privilégios em clubes brasileiros. Ronaldo, Adriano e Roberto Carlos, este um pouco menos, são exemplos acabados. Dunga se colocou acima de todos e a maioria aceitou.
Mas essa aceitação decorre de outra distorção. No Brasil, não se discute que os clubes vençam pela técnica, pela tática do conjunto, pelas jogadas bem ensaiadas, mas apenas por muita “garra, raça e dedicação”. Esses quase sinônimos são inerentes ao esporte e podem colaborar ou até ser decisivos em jogos entre times tecnicamente iguais. Mas, jamais prevalecem isolados, sem nenhuma técnica. Pois eis aí o grande erro de Dunga. Criou a filosofia dos brucutus, jogadores que só descem pauladas, ao invés de jogar bola. Venceu as seleções que qualquer clube da Primeira Divisão nacional venceria, apenas com os jogadores que não interessam a times da Terceira Divisão européia, tendo Felipe Mello como sua representação acabada de como se joga futebol: dando patada num jogador caído.
Outro erro fundamental foi atribuir a comportamento isolado como método essencial para vencer. Ora, exageros prejudicam de qualquer lado. A alguns jogadores, o isolamento pode ser benéfico; a outros, a liberdade seria decisiva. Portanto, não se pode confundir baladas e bebedeiras até o amanhecer antes de uma partida, com uma saída noturna para descarregar as energias sexuais. Ou, ao menos, que a comissão técnica consultasse para apresentar um estudo comprovando se o mal maior seria uma escapadela ou um banho demorado. Cada pessoa tem uma maneira de sentir-se bem e produzir mais. Isso tudo, dentro de parâmetros predefinidos, como em todas as demais profissões.
A imprensa dizia que o treinador ganhara tudo. Nem a perda da medalha olímpica lhe atribuíam. Agora, perdeu a Copa do Mundo. Todos prefeririam um desses títulos ao tudo que ele ganhou.
Talvez o único acerto tenha sido o tratamento igual a todos. Era repulsivo o privilégio dado à Rede Globo por jogadores e comissão técnica anteriores. Entretanto, o erro maior se comete quando surgem os resultados.
Quando perdem, foi só por falta de aprisionamento; quando vencem, foi em razão da reclusão. As Copas do Mundo de Futebol de 2006 e 2010 provaram igualdade no resultado dos exageros de um lado e do outro. Para o bem geral da Democracia, Dunga não venceu. Até em razão da sua filosofia de vida de que coisa boa ou ruim só existe se a pessoa participar dela. Ele não falou do Holocausto, Apartheid e da Escravidão, mas como dissera ter dúvida se a Ditadura Militar no Brasil foi tão ruim assim, ainda bem que a sua Ditadura Dunga fracassou. Caso contrário, teria coroado sua Era de exaltação à raça em detrimento à técnica.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito

sábado, 10 de julho de 2010

Eco Business 2010

Eco Business 2010 discute relação da sustentabilidade com mercado, política e sociedade. Cinema 3D, Acervo Sustentável, além de concurso cultural são algumas novidades da terceira edição do evento, que ainda traz cases de grandes empresas e líderes do setor São Paulo, junho de 2010 – Entre os dias 31 de agosto, 1 e 2 de setembro, acontece em São Paulo, a ECO Business 2010 - Feira e Congresso Internacional de Econegócios e Sustentabilidade. Pelo terceiro ano consecutivo, o evento realizado e organizado pela MES Eventos, reúne no Centro de Exposições Imigrantes, empresas e lideranças nacionais e internacionais para debater a sustentabilidade e sua importância nos negócios. Este ano o Congresso vai abordar a relação da sustentabilidade com mercado, política e sociedade trazendo grandes ícones do setor como Sérgio Abranches e José Domingos Gonzáles Miguez. Uma empresa é socialmente responsável quando inicia um processo de transformação na sua maneira de fazer negócio e incorpora em seu planejamento estratégico as demandas dos diversos públicos com os quais se relaciona. “Hoje as práticas sustentáveis não são mais optativas e se tornaram uma necessidade para a continuidade dos negócios da maioria das empresas”, diz Ricardo Guggisberg, organizador e idealizador do evento. Serão três dias de feira e congresso onde empresas e expositores vão mostrar projetos e iniciativas já implantadas, além de reunir cases que aliam equilíbrio ambiental, cultural, econômico e social. A programação conta com diversas atrações como o Acervo Sustentável, que relata aos visitantes a história da sustentabilidade, desde seu início até no momento atual; Cinema 3D, que irá mostrar um curta-metragem sobre a formação e desenvolvimento da Terra; Portal da Sustentabilidade, um espaço para estimular executivos de empresas a conhecerem técnicas de gestão sustentável e motivá-los a aplicá-las. Oportunidades relacionadas ao uso energético sustentável da madeira é o tema do Seminário Maden 2 – Madeira Energética, que, apesar de representar 12% de toda a energia primária do Brasil, mesma ordem de grandeza que as hidrelétricas, é a fonte menos estudada. O primeiro Concurso de Projetos de Sustentabilidade e Responsabilidade Social será apresentado a educadores das principais universidades de São Paulo do curso de Publicidade e Propaganda: USP, FAAP, Metodista, Mackenzie, Cásper Líbero, PUC, ESPM. O concurso vai premiar os melhores trabalhos de conclusão de curso alinhados à sustentabilidade. As etapas vão acontecer durante o primeiro semestre de 2011 e o resultado, assim como a premiação, acontecem na quarta edição da Eco Business, em setembro do ano que vem. A Eco Business 2010 conta com o apoio de empresas, entidades, organizações não-governamentais, universidades, além de iniciativas públicas e privadas. O Grupo Pão de Açúcar ganha destaque como o patrocinador máster do evento. Na última adição, que aconteceu em setembro de 2009, mais de 60 expositores apresentaram, durante três dias de feira e congresso, produtos e cases voltados ao business corporativo. Com foco em três importantes setores da economia: Construção Civil, Transportes e Indústria, o Congresso envolveu questões relevantes em energia, matéria-prima e tecnologia. Segundo Guggisberg, mostrar na prática o que já existe com relação a Negócios e Cidades Sustentáveis é o grande diferencial da ECO Business 2010, pois ela abre espaço para o benchmarking, aprendizado, reflexão e socialização das ações adotadas pela iniciativa pública e privada. O empresário afirma ainda que os congressistas e expositores vão apresentar como é possível obter resultados sólidos e ao mesmo tempo contribuir para que o desenvolvimento sócio econômico não comprometa as futuras gerações com as necessidades de hoje.

Apoio: Planeta Voluntários
Apoio: Web Rádio Conexão
Eco Business 2010
Data: 31 de agosto, 1 e 2 de setembro de 2010
Local: Centro de Exposições Imigrantes, São Paulo (SP)
Mais informações: www.ecobusiness.net.br

sexta-feira, 2 de julho de 2010

ARTE DE NEGOCIAR

ARTE DE NEGOCIAR

PAI – escolhi uma ótima moça para você casar.
FILHO – Mas, pai, eu prefiro escolher a minha mulher.
PAI – Meu filho, ela é filha do Bill Gates…
FILHO – Bem, neste caso, eu aceito.
Então, o pai negociador vai encontrar o Bill Gates.
PAI – Bill, eu tenho o marido para a sua filha!
BILL GATES – Mas a minha filha é muito jovem para casar!
PAI - Mas este jovem é vice-presidente do Banco Mundial…
BILL GATES – Neste caso, tudo bem.
Finalmente, o pai negociador vai ao Presidente do Banco Mundial.
PAI – Senhor Presidente, eu tenho um jovem recomendado para ser vice-presidente do Banco Mundial.
PRES. BANCO MUNDIAL – Mas eu já tenho muitos vice-presidentes, mais do que o necessário.
PAI – Mas, senhor, este jovem é genro do Bill Gates.
PRES. BANCO MUNDIAL – Neste caso ele pode começar amanhã mesmo!

Moral da história: Não existe negociação perdida. Tudo depende da estratégia.

“Se um dia disserem que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se:
A Arca de Noé foi construída por amadores; profissionais construíram o Titanic… “