quarta-feira, 31 de março de 2010

PLANEJAMENTO FAMILIAR

PLANEJAMENTO FAMILIAR

A discussão sobre esse tema fica entre os extremos dos dogmas defendidos pela Igreja Católica, no arcaico crescei e multiplicai-vos, e o Estado brasileiro, por meio dos políticos temerosos à Igreja, nunca o encara com a devida seriedade, e quando se fala sobre o tema é de forma tímida e incompreensível. Um fato natural, devido às radicalizações, passou a ser um problema complexo de difícil solução porque o Estado se omite de exercer com a sua soberania na plenitude sobre questão que diz respeito exclusivamente à individualidade da pessoa.
A liberdade sexual tem resultado em inúmeras jovens engravidando precocemente, que geram família e amontoam-se no fundo do quintal dos pais. Situação que denota nenhuma preocupação com a prevenção de doenças graves, inclusive o vírus HIV (AIDS), para si ou pelo outro.
Esta criançada não passou da quarta série do ensino fundamental, tem dentes cariados ou nem os tem, não possui um convênio médico e muito menos tem emprego. Quando muito preenche dois destes requisitos, mas a maioria nem sequer possui um; salvo sempre as honrosas exceções.
Assim como existem pessoas que poderiam ter quantos filhos quisessem, uma pessoa desempregada, sem outros meios de se manter, deveria evitar filho enquanto se mantivesse essa situação.
Alguns setores da sociedade - em especial a mídia – apontam a adoção por pessoa com recursos financeiros como solução para o abandono de crianças. A responsabilidade tem que recair sobre os pais. Eles são os únicos responsáveis! É mais fácil, racional, inteligente e mais econômico evitar filhos a tê-los para morrerem por falta de assistência básica. Não há adoção que resolva o problema do menor abandonado. Adotam-se dez num dia, mas duzentos jovens são colocados nas ruas no dia seguinte. É preciso criar arraigar valores nos jovens por estudo, lazer, esporte, música, dança e programas culturais em geral.
Ao Estado caberia veicular campanhas permanentes na mídia, especialmente na televisão e rádio, para informar de forma clara e correta os métodos para evitar a gravidez indesejada e principalmente, deveria colocar à disposição da população - sejam ricos e pobres - camisinhas, vacinas, pílulas. Também deveria facilitar a realização da vasectomia e da laqueadura de trompas nos hospitais públicos.
O Ministério Público deveria mover ações cabíveis com o objetivo de punir as pessoas por abandono material e intelectual, crimes previstos legalmente há mis de meio século. Enquanto abandonar filhos no mundo não trouxer conseqüências jurídicas relevantes, a sociedade vai assistir a dolorosa cena de crianças sujas em descalças pelos faróis a dormir em praças, a sofrer todo tipo de atrocidade, com maior freqüência violência sexual.
Tem faltado seriedade e devido empenho ao Estado, à sociedade, às famílias e aos jovens. Aliado à ignorância, o problema continua. Até hoje, quase nenhum pai (ou mãe) foi civil ou penalmente responsabilizado. Responsáveis diretos, ou não, todos aceitam passivamente a perpetuação de mais um problema! Fazer sexo jamais pode ser sinônimo de gerar filho.


Pedro Cardoso da Costa - Bacharel Direito

Nenhum comentário: