Existe uma lenda de que a Língua Portuguesa é uma das mais difíceis de ser falada corretamente. É fato, entretanto, que o brasileiro lê e estuda pouco. Erros simples são repetidos no dia-a-dia e por todos os cantos do Brasil. Os anúncios em jornal, rádio e televisão completam o festival de erros de grafia. Todos cometem seus deslizes ortográficos. Mas há um exagero nestes veículos de comunicação. Como a televisão é o principal meio de entretenimento dos brasileiros, deveria haver uma preocupação maior com o que aparece escrito e se diz nela. Já existem personagens que falam mesmo errado. Foi assim com o “Percebe”, na novela Torre de Babel, de Magda, do programa Sai de Baixo, ambos da Rede Globo. Existem outros, especialmente no papel de humorista caipira. Não haveria problema, pois muita gente fala errado mesmo, mas deveria haver uma correção à altura para não passar a impressão do que o errado estaria correto. Pode-se afirmar que esses erros simples são generalizados. Mas sobressai em horário de culto afixado em templos religiosos, de funcionamento de estabelecimentos comerciais e, principalmente, nas máquinas registradoras de lojas e nos impressos bancários. Alguns equívocos são mais freqüentes em determinadas regiões ou serviços. Na área jurídica é comum se ler “fôro” e “forum”, e o correto seria sem acento, o primeiro, e com acento, o segundo, qualquer que seja o sentido das palavras. Na Bahia existe muito “aqui tem côco gelado”. Cada localidade de ser erro predominante, mas coco destaca-se na variação que mais se escreve errada. É comum “côco”, e até côcô. No mural do prédio onde resido já chegaram a oferecer “deliciosos doces de “cocô”. A abreviatura de horas e a data de primeiro do mês são os campeões em todo o país. Hora só tem uma forma correta, h (sem ponto), ressalta Luiz Antonio Sacconi, no seu livro Não Erre Mais. Por exemplo: 10h, 12h. Quando se abrevia horas e minutos seriam 10h30min, 11h12min. Primeiro não é um. Assim, o correto seria 1º e não 01. O nome do mês deve ser escrito com letra minúscula, exceto quando se refere à data histórica: Sete de Setembro. A maioria das leis traz a data incorreta. As televisões teimam em escrever hs. Faixas de tudo e até as faculdades e escolas complementam o festival de erros que seriam evitados com um pouco de cuidado. Embora coubesse à Administração Pública dar um ensino ao menos suficiente para que qualquer um escrevesse coco sem acento, as pessoas, por si mesmas, deveriam ter maior zelo pela escrita, em especial os estudantes universitários. Facilitaria para todos, pois de tanto ver erros, bate uma dúvida danada como se escrevem palavras simples. Deveria haver maior fiscalização. Em São Paulo há uma lei que puniria os erros. Nunca saiu do papel! Em poucos jornais existem debates sobre a Educação. Quando existe, a discussão é elitizada demais, não alcançando o público de baixa escolaridade. Sobre o ensino só se fala em números: de escolas construídas, de falta de vagas. A qualidade não entra na discussão. Um raro exemplo seria o comentário do professor Pasquale Cipro Neto na Folha de São Paulo. Quando entendo que um problema poderia ser enfrentado, tento espalhar na sociedade, sempre por meio dos estudantes. Os temas podem ser simples, mas o aprofundamento pode e deveria ser feito. E não sou autoridade no assunto. Entendo que se houvesse uma preocupação em se escrever correto facilitaria para todos. A maioria dos sítios traz a data com letra maiúscula. Aqueles que estiverem corretos, desconsiderar este comentário.
Pedro Cardoso da Costa - Interlagos/SP
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